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O cérebro não é um órgão público, mas decide que mão utilizar para realizar tarefas simples por meio de licitação. É mais ou menos o que indica um estudo feito por um brasileiro nos Estados Unidos, publicado na revista PNAS.

Testando voluntários, o neurocientista Flavio Oliveira, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, viu que os dois lados do cérebro produzem planos para realizar uma ação. A área do lado esquerdo projeta ações com o braço direito, e vice-versa.

As duas "propostas’’ entram então em competição. A que oferecer as melhores condições (ou seja, a que atingir primeiro um certo nível de atividade no cérebro) ganha a concorrência. Tudo acontece no córtex parietal posterior. Os cientistas descobriram também que é possível "fraudar’’ a licitação.

Ao colocar voluntários para alcançar livremente alvos numa tela com uma ou outra mão, uma segunda etapa da pesquisa consistiu em manipular os resultados.

A técnica envolvia emitir um pulso de radiação que interfere temporariamente com o funcionamento do cérebro. Deu certo.

Ao estimular com um único pulso o lado esquerdo do córtex parietal superior, foi possível favorecer o hemisfério direito (que trabalha com a mão esquerda), que acabou sendo escolhido mais vezes.

Curiosamente, quando eles tentaram obter o mesmo efeito estimulando o hemisfério esquerdo, não deu certo. Esse não foi o resultado esperado, mas também não produziu grande surpresa.

"Existem evidências de que o hemisfério esquerdo tem uma especialização maior no planejamento de movimento’’, diz Oliveira.

"Acredito que ele ajude no planejamento de ambas as mãos, enquanto o direito só trabalha com a esquerda. Então, mesmo desativando o lado direito, o esquerdo consegue fazer ambos os planos.’’

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