A cúpula da segurança nacional desembarcou, em Manaus, um dia após a morte de 60 detentos do Sistema Prisional do Amazonas e disse que líderes envolvidos no massacre serão transferidos para outros estados brasileiros.
“Para os líderes que participaram haverá o pedido de transferência para presídios federais. Aqui colocamos à disposição para a transferência das lideranças e ainda para a identificação dessas lideranças. Colocamos também à disposição do Instituto Médico Legal (IML) todo o apoio técnico e pessoal necessário para acelerar a identificação dos corpos. Vamos reforçar o apoio a segurança pública. Estamos aqui para auxiliar o estado para que o mesmo possa voltar a normalidade”, declarou o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes.
- Juiz chamado por presos para negociar é suspeito de ligação com facção do AM
- Presídio vizinho à penitenciária de Manaus tem nova tentativa de fuga e motim
Cinquenta e seis foram mortos durante rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) iniciada no domingo, e encerrada na manhã desta terça-feira. Outros quatro presidiários foram mortos no final da tarde na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), também na capital.
Além de Moraes, compõem a comitiva enviada a Manaus o diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Marco Antônio Severo, e os secretários Nacional de Segurança Pública, Celso Perioli, e de Justiça, Gustavo Marrone.
Reforço Nacional
O ministro destacou ainda que o envio da Força Nacional é uma das alternativas disponibilizadas ao estado do Amazonas. No entanto, o governador José Melo e o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes descartaram a necessidade de uso dessa estrutura. Para Melo a situação está controlada e todas as medidas cabíveis já foram tomadas.
“A palavra de ordem é a integração entre os sistemas e as forças. Diversas medidas já foram tomadas. Vamos melhorar os procedimentos de revista nos presídios e a fiscalização interna. A introdução da polícia militar no sistema prisional será um reforço. Este é uma fato que não tinha e agora vamos ter também a participação da PM nesta área que estará presente com sua estrutura. Faremos um trabalho integrado de segurança”, reforçou Melo.
O ministro Alexandre de Moraes também descartou a movimentação de membros de facções criminosas em outros estados e considerou a situação no Amazonas isolada.
Rebelião e fuga
Além da rebelião foram registradas 184 fugas no sistema prisional. No Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), 72 presos fugiram, e no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), 112. Até às 17h de segunda-feira, 40 presos foram recapturados.
No início da tarde cerca de 130 detentos ligados a uma facção criminosa de São Paulo começaram a ser transferidos, na noite desta segunda-feira, para a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa (CPDRVP), no centro de Manaus. A unidade havia sido desativada em outubro de 2016, mas precisou ser utilizada para abrigar esses presos que estão recebendo ameaças de morte.â
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis