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A promotoria desmentiu na tarde de desta terça-feira (16) a irmã do cabo da PM Carlos Adílio Maciel Santos, que está sendo julgado por participação no homicídio da juíza Patrícia Acioli e coautoria da quadrilha armada envolvida no crime. A magistrada foi assassinada com 21 tiros no ano passado, em Niterói (RJ).

Glaucia Maciel Santos afirmou em juízo que a única conversa que teve com o irmão dias depois do assassinato da juíza foi para falar sobre a compra de produtos de limpeza, que, segundo o réu, são comercializados pela família. O promotor, no entanto, divulgou o grampo feito pela Polícia Civil na época.

A gravação confirma que Glaucia Santos alertou o irmão sobre a operação da PF (Polícia Federal) que aconteceu na casa da família na ausência dele. "A PF encontrou um revólver, a moto", disse. Segundo investigação da Polícia Civil, os objetos foram usados para realizar o crime.

Testemunhas disseram ainda que Adílio era conhecido por dois apelidos: Carlão e Jesus porque costumava dizer às vítimas que "eles iriam conhecer Jesus". De acordo com outra testemunha, o então delegado titular da Divisão de Homicídios, na ocasião, Felipe Ettore, Adílio participava da quadrilha que arrecadava espólios (extorsões e propinas de traficantes) de R$ 11 mil por semana nos complexos de favelas da Coruja e do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana.

Segundo a promotoria, o cabo também é suspeito de participar de outros oito crimes; entre eles, dois autos de resistência e um homicídio durante suposto confronto no Complexo do Salgueiro - julgado pela juíza Patrícia Acioli.

Adílio negou em juízo qualquer participação na morte da magistrada. Ele ainda riu do promotor Leandro Navega ao ser interrogado se o ex-comandante do Batalhão de São Gonçalo, Cláudio Oliveira, estaria pagando as despesas do seu advogado de defesa do crime de homicídio no Complexo do Salgueiro. Julgamento

O julgamento começou por volta das 9h de hoje no 3º Tribunal do Júri de Niterói (RJ). Carlos Adilio Maciel dos Santos é um dos 11 PMs suspeitos de envolvimento no crime e responde por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha armada.

Quando o assassinato ocorreu, em agosto de 2011, ele estava preso. O PM responde na Auditoria de Justiça Militar pelo desvio de munições do 7º Batalhão da Polícia Militar, em São Gonçalo, região metropolitana.

Em janeiro deste ano, a Justiça do Rio condenou três policiais por participação no crime, também por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. Eles receberam penas distintas, todas em regime de reclusão inicialmente fechado. O cabo Jefferson de Araújo Miranda foi condenado a maior pena, 26 anos de prisão. O cabo Jovanis Falcão foi condenado a 25 anos e seis meses, e o soldado Junior Cezar de Medeiros, a 22 anos e seis meses.

Em dezembro de 2011, ocorreu o julgamento do primeiro réu, o cabo da PM Sérgio Costa Junior, um dos executores do crime. Costa Junior decidiu colaborar com as investigações, e obteve o beneficio da delação premiada. Ele teve a pena reduzida em 15 anos, e foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado. Carlos Adílio, os quatro já condenados e os seis policiais suspeitos de participação aguardam decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre recurso em relação ao julgamento. Entre os apontados como mentores do crime estão: o ex-comandante do Batalhão de Polícia Militar de São Gonçalo, o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva, e o tenente Daniel Santos Benitez Lopes - que ainda serão julgados - sem data prevista Patrícia Acioli era responsável pelo Tribunal do Júri de São Gonçalo. Ela foi assassinada com 21 tiros na porta de casa em um condomínio em Piratininga, na região oceânica de Niterói, quando voltava do fórum. A juíza tinha 47 anos de idade e era conhecida por atuar no combate a crimes cometidos por milicianos e policiais.

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