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Bahia, Rio de Janeiro, Ceará, Dis­­trito Federal, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Pará são al­­guns dos estados que optaram em usar o sistema de disque-denúncia tarifado. Os restantes, como Mato Grosso, Tocantins, Sergipe e Ala­­goas, por exemplo, utilizam o 0800 ou sistema on-line, onde o denunciante deixa sua mensagem sobre o caso e recebe uma senha para novos acessos. Segundo responsáveis pelas centrais, a escolha pela ligação paga ou o sistema on-line ocorreu para evitar trotes.

É o caso de Salvador. Segundo a coordenadora do disque-denúncia, Deyse Dantas, a secretaria de segurança pública identificou, em 2004, que quase a metade das ligações nos números gratuitos era de trotes. O estado adotou o mesmo sistema do Rio de Janeiro, que mantinha o anonimato e garantia recompensa. Das 1,3 mil ligações/mês, em média, 70% dizem respeito a denúncias com relação a entorpecentes. Em quatro anos de funcionamento, o saldo foi 43 mil cha­­mados que resultaram em 200 mil atendimentos.

Recompensa

No Rio de Janeiro, Pernambuco, Ma­­ranhão, Campinas (SP) e Pará o serviço é administrado em parceria com o Instituto Brasileiro de Com­­bate ao Crime, uma organização não governamental. Nesses estados, o disque-denúncia garante o anonimato e oferece recompensas, pagas por entidades privadas.

No Ceará, por exemplo, o programa permite a remuneração entre R$ 300 a R$ 2 mil. A maior seria dada para informações sobre Fernandinho Beira-Mar, em 2001, porém não foi paga porque o traficante foi preso na Colômbia.

Para o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), de Recife, o sistema de disque-denúncia não é a solução, mas colabora na função de encontrar culpados. "Há uma impunidade quase que absoluta pela lei do silêncio", afirma.

Para ele, se não houver a colaboração da sociedade nenhuma polícia do mundo tem condições de debelar os crimes. Em Recife, o programa conseguiu estagnar a violência crescente dos últimos anos.

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