Colisão com trem
Polícia vai indiciar motorista de ônibus por homicídio
Folhapress
O delegado Claudiney Xavier, responsável pelas investigações sobre o acidente que envolveu um trem e um ônibus na noite de quarta-feira, em Americana (SP), afirmou que vai indiciar o motorista do ônibus por homicídio culposo. "Analisando as provas, sabemos que ele tem parcela de culpa por imprudência. Ele descumpriu o código de trânsito ao tentar passar na frente do trem apesar do sinal sonoro", afirmou.
Na quinta-feira, Ivanildo Rodrigues do Nascimento, vigia do local onde aconteceu o acidente, prestou depoimento e afirmou que acionou o sinal sonoro logo após receber informação de que o trem passaria por ali. Ele conta que ainda fez sinal gestual e que o maquinista chegou a buzinar para chamar a atenção do ônibus. Nove das 28 pessoas que estavam no veículo morreram.
O laudo técnico do Instituto de Criminalística sobre o acidente com o ligeirinho no dia 10 de junho, na Praça Tiradentes, no Centro de Curitiba, descartou a hipótese de falha mecânica no ônibus da linha Colombo/CIC. O acidente causou a morte de duas pessoas e deixou outras 32 feridas. O delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito, afirma que o motorista José Aparecido Alves, 49 anos, será indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar). Procurado pela reportagem, Alves não quis se pronunciar.
O inquérito ainda não foi concluído, segundo o delegado. Braga aguarda da Justiça a renovação de prazo, solicitada há duas semanas, para completar o documento. Segundo ele, o motorista do ônibus será ouvido novamente, e os laudos de necropsia e de lesão corporal, que ainda não foram concluídos, devem ser anexados. Por isso não há como definir prazos para o encerramento do inquérito. "Mas isso não muda em nada a convicção a que nós chegamos (que não houve falha mecânica)."
A hipótese de mal súbito foi descartada no primeiro dia após o acidente, avisa Braga. "Ocorreu uma situação a qual ele (o motorista) não soube administrar", afirma o delegado. No laudo técnico do veículo, encerrado no último dia 3, foi apurado que não foram encontradas falhas no sistema de direção, freio e aceleração que pudessem contribuir para o problema com o ônibus. No documento, há uma ressalva de que o condutor teria condições de imobilizar o veículo pelo uso do freio.
Passo a passo
A perita criminal Joice Malakoski, chefe da divisão técnica do Instituto de Criminalística da capital, informou que foram feitos testes de integridade física e checagem eletrônica do veículo envolvido no acidente. Conforme ela, apurou-se que o ônibus atingiu outro ligeirinho da linha Pinhais-Campo Comprido ao sair do tubo, fez uma curva para a direita, colidiu contra um táxi estacionado, supostamente avançou o semáforo, arrastou um automóvel, atingiu o ponto de ônibus e entrou na loja Pernambucanas. "O ônibus saiu de uma velocidade zero para uma velocidade contínua de aceleração, atingindo 56 km/h." O resultado dos testes demorou 90 dias.
No texto do material, é informado que não tem como afirmar ou negar que aconteceu uma falha de aceleração, mas, se tivesse ocorrido, o motorista teria conseguido acionar os freios. Até ontem à tarde, a empresa Redentor, proprietária do ligeirinho Colombo/CIC, não tinha recebido o resultado do laudo técnico. Segundo a empresa, Alves encontra-se afastado da função por motivo de tratamento médico.
O Sindicato dos Motoristas e Cobradores das Empresas de Transportes de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) também desconhecia o resultado da perícia. Porém avisou, por meio da assessoria, que continuará dando apoio ao filiado.
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