Uma liminar da Justiça impediu nesta sexta-feira (23) que uma égua bicampeã paranaense de hipismo fosse sacrificada, em virtude de uma doença que ela teria. O sacrifício do animal foi determinado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Exame realizado pelo órgão federal apontou a presença de bactérias causadoras da doença mormo, que pode ser transmitida às pessoas. Com outros exames feitos fora do Mapa, o proprietário da égua, diretor de um centro hípico em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, contesta os resultados.
A égua foi diagnosticada com a doença em janeiro de 2014 e passou exames de triagem. A maioria dos testes constatou resultado "inconclusivo", o que fez com que o proprietário do animal, o diretor do Centro Hípico Equus Darci Bardini, contestasse a decisão de sacrifício. "Queremos ter realmente a prova de que o animal está com a doença."
Os resultados inconclusivos, segundo o diretor-presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, não querem dizer que o animal esteja sem a doença. "O exame inconclusivo não quer dizer positivo, nem negativo, mas há a possibilidade de que o animal tenha a doença". Um exame posterior aos realizados após os inconclusivos mostrou que há indícios de anticorpos da bactéria na égua, o que caracteriza a doença.
Segundo Kroetz, os primeiros exames mostraram que falta de indícios porque o animal estaria em fase inicial da doença, fato que dificulta o diagnóstico mais preciso. O proprietário do animal contesta o diretor da Adapar. "O animal está há quatro meses isolado. Com a doença, nesse período de isolamento a égua já teria apresentado sintomas", alega Bardini. Kroetz rebate essa afirmação e diz que depende de cada animal se o sintoma vai ou não se desenvolver. "Essa égua é um animal bem cuidado e os sintomas dependem das condições imunológicas. Talvez ela demore a apresentar sintomas."
O abate do animal estava marcado para esta sexta-feira, mas a liminar impediu que o Mapa fosse até o hipódromo para matar o animal. Agora, segundo Kroetz, a liminar será analisada e a Adapar, juntamente com o ministério, vai estudar como a decisão será acatada ou se irá recorrer da liminar. "Nós respeitamos e entendemos o direito dele de contestar e pedir novos exames."
A doença
A zoonose mormo causa problemas respiratórios aos equinos que a adquirem e não há cura nem vacina contra a bactéria. O animal que estiver infectado não tem chances de sobreviver, segundo Kroetz. A doença pode ser transmitida também para as pessoas, provocando os mesmos sintomas e problemas respiratórios. A intenção com o abate, informa o diretor da Adapar, é evitar que outros animais sejam contaminados.
Em 2013, alguns casos foram registrados no Nordeste e a bactéria foi transmitida aos poucos para os estados mais ao sul do Brasil até chegar a São Paulo e ao Paraná, que registrou duas ocorrências. Antes do diagnóstico da égua de São José dos Pinhais, o estado já havia sido considerado área livre da zoonose e agora o objetivo é evitar que a doença se espalhe novamente.
O exame que constatou a doença na égua paranaense foi realizado por um laboratório específico do Mapa. O mesmo laboratório deve realizar novos exames para que se tenha certeza se o animal está infectado. Bardini conta que na próxima semana possivelmente serão marcadas as datas de coleta de material na égua para novos procedimentos.
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