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Mudanças no antigo trecho urbano da BR-116 ainda não transformaram a via na avenida tão almejada pelo Ippuc. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Mudanças no antigo trecho urbano da BR-116 ainda não transformaram a via na avenida tão almejada pelo Ippuc.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A prefeitura de Curitiba lançou mão de mais uma cartada para arrecadar recursos para obras na Linha Verde. Para tentar atrair o interesse do mercado imobiliário, novas regras de construção foram flexibilizadas. A proposta foi debatida e aprovada na terça-feira (15) na Câmara Municipal. A questão mobilizou não apenas os vereadores de oposição. A professora Josete (PT), da base de apoio ao governo, lamentou que o projeto não teve mais debate com a comunidade, com a realização de audiências públicas. Há o receio de que o adensamento estimulado na Linha Verde torne o trânsito ainda mais complicado e mude drasticamente a paisagem urbana.

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Entre as mudanças aprovadas na Câmara está a permissão para ampliar o uso de subsolo de 50% para 75% (para estacionamento, por exemplo), a redução da área de recuo de 10 metros para 5 metros e também a possibilidade de incorporação de alguns benefícios previstos em outras legislações, como a construção de habitação de interesse social. O secretário municipal de Planejamento, Fabio Scatolin, defende que as mudanças nas regras são sutis e, portanto, não precisariam de audiências públicas. Ele também argumenta que o adensamento não aconteceria “da noite para o dia” e que os investimentos previstos para o local dariam conta de preparar a via para o aumento de circulação.

Potencial construtivo

Para estimular construções na Linha Verde e arrecadar dinheiro para a realização de obras no local, a prefeitura conta com a venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), que permite ocupar mais espaço do terreno ou mais andares em relação ao permitido pelo zoneamento. Contudo, as últimas duas tentativas de vendas de títulos não foram muito bem-sucedidas. Foram arrecadados apenas R$ 34,7 milhões – insuficientes para custear as obras mais baratas previstas no projeto. No total, a venda dos Cepacs poderia render mais de R$ 1 bilhão.

Um novo leilão está previsto para março, mas o valor dos Cepacs ainda não foi definido. Scatolin acredita que não será muito mais alto do que os R$ 325 praticados na última compra – considerando o momento delicado economicamente enfrentado pelo mercado imobiliário – mas avalia ser quase impossível que o preço diminua.

Para Erlon Donovan Rotta Ribeiro, conselheiro do Sindicato da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), o valor dos Cepacs para um próximo leilão e que ainda não está definido é o principal fator para definir se os investidores terão interesse na Linha Verde. “Até então ela não é muito atrativa”, diz.

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