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Caixas com os livros foram encontradas no meio da rua | Alexandre Pesserl
Caixas com os livros foram encontradas no meio da rua| Foto: Alexandre Pesserl

Alguns livros em braile descartados em frente ao Instituto Paranaense de Cegos (IPC), em Curitiba, chamaram a atenção de quem passava pelo local na tarde de ontem. O advogado Alexandre Pesserl afirma que encontrou diversas caixas com exemplares novos jogadas em frente ao prédio da entidade. "Tinham vários livros que ainda estavam embalados. Não havia nada riscado, nem amassado", garante.

A secretária da escola do IPC, Sirlei da Silva Lima Lopes, afirmou que as obras descartadas não podiam ser usadas. "Quando se trata de livros em braile, se vem um volume da edição faltando, não presta", explica. "É a mesma coisa que ir a uma livraria e comprar um livro com dez páginas faltando", compara a secretária.

"Nós ganhamos uma grande quantidade de livros, mas algumas coleções vêm incompletas", afirma Sirlei. Ela não soube informar quem fez as doações das obras descartadas. Além de edições incompletas, a secretária disse que algumas publicações tiveram de ser descartadas porque foram danificados durante uma reforma na escola. "Se um livro desses amassar, pro cego ele é ilegível", argumenta.

Jane Austen

Os livros, de acordo com Pesserl, são da autora Jane Austen e teriam sido impressos com dinheiro público. De acordo com a organização responsável pela transcrição e impressão em braile, a Fundação Dorina Nowill para Cegos, o IPC é cadastrado há bastante tempo para receber doações. Segundo a fundação, as obras em braile são enviadas por correio em remessas de três volumes por vez, até que a edição esteja completa. "O que pode ocorrer é um pacote extraviar", diz a porta-voz da fundação, Susi Maluf. Nesse caso, de acordo com Susi, a fundação envia uma reposição dos volumes que faltam.

A porta-voz frisa que as instituições que não têm mais interesse nas publicações podem devolvê-las à Fundação Dorina, que faz o repasse para outra entidade interessada. "Tudo isso para evitar o desperdício, porque é um material caro", diz Susi.

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