A comerciante Jurcéia Abreu Dalla Vechia vive uma dualidade quase incompreensível desde que recebeu o aviso para abandonar a loja 29 da Rua 24 Horas. Está feliz com a revitalização pela qual tanto batalhou, mas se enche de tristeza por ter de sair exatamente quando as mudanças para melhor vão acontecer. Jurcéia alugou a loja há 10 anos, numa época em que o lugar ainda não estava depreciado. A maioria das 32 lojas foi fechando uma a uma, até restar apenas nove. Agora, a triste constatação: "Minha empresa vai morrer", lamenta Jurcéia.
A sentença de morte das lojas remanescentes está marcada para o dia 30 de agosto, quando a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) fechará o local para iniciar o processo de licitação para a reforma. Foi difícil para Jurcéia conter o choro ao ser avisada do despejo. Jurcéia diz nunca ter atrasado o aluguel de R$ 1.300, com desconto de R$ 500 para quem paga em dia. Sabe que assinou um contrato com a Urbs prevendo que poderia sair a qualquer momento, mas ainda assim não se conforma.
Os comerciantes enfrentaram os piores momentos da Rua 24 Horas nos últimos anos. Eles reclamam de problemas estruturais, como rachaduras e infiltrações na cobertura, além da falta de segurança, embora a rua esteja em pleno Centro da cidade, cercada de hotéis. Quando chove, cliente nenhum resiste às goteiras. Ontem, o aguaceiro que caiu no meio da tarde deixou o piso completamente alagado. "Toda vez que chove é assim", diz Regina Palazin, dona de uma loja de artesanato no local. (MK)
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