O prefeito de Londrina, Barbosa Neto, decretou ontem estado de emergência na cidade por causa dos estragos provocados pelos temporais que atingiram a região na semana passada. Os londrinenses, que no sábado presenciaram cenários nunca antes vistos na cidade, ainda sofrem com os danos causados pela chuva.
A medida tomada pela prefeitura permite a contratação emergencial de empresas e acelera o repasse de verbas por parte do Estado e da União, para o restabelecimento da cidade. A prefeitura ainda não fez o levantamento dos custos dos reparos. "Não temos conhecimento total dos estragos, mas estimamos que em 90 dias teremos tudo solucionado", afirmou Barbosa Neto. O prazo do decreto é de 60 dias, prorrogável pelo mesmo tempo.
Dimensão
Entre quarta-feira e sábado choveu em Londrina 165 milímetros, enquanto o esperado para todo o mês de outubro era de 140 milímetros. Só no sábado, foram 95 milímetros. Tanta água provocou 42 pontos de alagamento. O Lago Igapó, cartão postal da cidade, transbordou, deixando casas inundadas e carros submersos. A força das águas destruiu calçadas e parte do asfalto no local. Diversos cursos hídricos que cortam a cidade também transbordaram e invadiram residências.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil e secretário municipal de Defesa Social, Joaquim Antônio de Melo, a dimensão dos prejuízos só deverá ser conhecida no fim desta semana. Até agora, foram registradas 40 casas e cinco pontes danificadas. A Rua Almeida Garret, que fica ao lado da barragem do Lago Igapó, está interditada. Parte do asfalto desmoronou no local junto com tubos do abastecimento de água.
Um prédio de quatro andares do Residencial Lindóia, zona leste de Londrina, foi interditado na noite de domingo pela Defesa Civil por risco de desabamento. A chuva fez com que a estrutura do edifício apresentasse rachaduras nas paredes e escadas. As 16 famílias que moram ali estão abrigadas em casas de amigos e parentes.
O Centro Cultural Kaigang, localizado na zona Sul, também ficou inundado pela chuva e 61 índios foram levados para o Ginásio de Esportes Moringão, onde permaneciam até ontem. "Outras pessoas ficaram desabrigadas no Jardim Nova Olinda, mas não houve pedido de abrigo para a prefeitura", contou o coordenador.
Desaparecidos
O universitário Luiz Henrique Caetano, de 26 anos, morreu depois de ser arrastado para dentro do córrego Bom Retiro, na quinta-feira. Ele ficou desaparecido até a tarde de domingo, quando o corpo foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros.
No sábado, o condutor de uma caminhonete que caiu em um ribeirão também chegou a ser considerado desaparecido, mas, de acordo com o Corpo de Bombeiros, ninguém registrou o desaparecimento do motorista ou do veículo. A Polícia Civil acredita que o condutor tenha fugido, já que a caminhonete tem placas clonadas.
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