• Carregando...

Brasília – Em mensagem lida durante comemoração do Dia Internacional Contra a Corrupção, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a aprovação da reforma política e das leis que tratam da elaboração do Orçamento da União e da liberação de verbas como forma de tentar reduzir casos de corrupção na esfera pública. Desde 2005, o governo e o PT foram vítimas de escândalos como o do "mensalão", que consistia em pagamento de dinheiro a parlamentares; o da Máfia da Sanguessugas, com o desvio de verbas da saúde e a compra de ambulâncias superfaturadas; e até o do uso de caixa-dois em campanhas eleitorais.

Em tom ufanista, Lula disse, na mensagem, que "nunca se prenderam tantos corruptos" e justificou o número de casos, afirmando que eles aparecem porque o governo investiga.

Recentemente, a Polícia Federal admitiu que são pouquíssimos os investigados que permanecem presos. A carta de Lula, que viajou ontem para a Bolívia, foi lida pelo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, num seminário.

"Insisto na forma articulada e integrada como se vem enfrentando a corrupção neste país, com a reunião de todos os órgãos de defesa do Estado nessa empreitada. O resultado é que nunca se identificaram tantos esquemas ilícitos que fraudavam a Administração há anos e anos sem serem incomodados, e nunca se prenderam tantos corruptos", disse Lula na mensagem.

Lula disse que é preciso adotar medidas preventivas: "Refiro-me, por exemplo, a medidas como a necessária reforma político-partidária e eleitoral, como a fidelidade partidária e o financiamento público exclusivo de partidos e de campanhas, para citar apenas as mais evidentes", diz Lula, acrescentando: "Quero lembrar, também, a necessidade de alterarem-se as normas que regem a elaboração, a aprovação e a execução orçamentária, que estão a exigir, reconhecidamente, sua atualização, após 40 anos de vigência".

Lula ressaltou o discurso do governo de que a corrupção é sistêmica: "Todos os brasileiros sabem que isso vinha de muito longe". Segundo ele, desde janeiro de 2003, foram realizadas 123 Operações Especiais da Polícia Federal, sendo 88 de grande porte. O resultado foi a prisão de 2.097 pessoas, sendo 825 servidores públicos.

Lula chegou a dizer que a CGU e a PF "ganharam prestígio nacional e internacional" devido às suas atuações, "empreendendo uma cruzada incessante contra esse crime, de forma absolutamente impessoal e republicana, sem qualquer interferência de caráter político-partidário que pudesse comprometer sua atuação".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]