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São Paulo – O presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva desautorizou ontem o coordenador político de seu governo, ministro Tarso Genro, que um dia antes afirmara que a era Palocci havia acabado. Em três entrevistas concedidas a emissoras de tevê, o petista reforçou que a política econômica não era do ex-ministro da Fazenda, mas sim do governo e do presidente.

Na TV Bandeirantes, afirmou que a frase dita por Tarso Genro foi uma "produção independente’’. Na Globo, disse que se o Brasil pode crescer "é resultado de uma política econômica séria que nós fizemos no primeiro mandato’’.

"Isso (o que Tarso disse) não quer dizer nada porque não teve era Palocci, como não tem era Guido Mantega. A política econômica do nosso governo era determinada pelo governo e, sobretudo, por mim. Nada era feito sem que passasse pela discussão comigo’’, afirmou na entrevista à TV Record.

Pouco depois, na Band, Lula disse que a afirmação feita por Tarso havia sido uma produção independente e não havia sido discutida com ele. "Foi uma produção independente. Eu penso que o que está acontecendo na economia hoje é uma coisa que começou a acontecer quando o Palocci assumiu o Ministério da Fazenda.’’Palocci deixou o governo no primeiro semestre, após se envolver com a violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa.

O tom foi o mesmo nas três emissoras. O presidente frisou que a política econômica não era determinada pelo ex-ministro. "Primeiro, não tinha política econômica do Palocci, a política econômica era do governo. Nós deliberávamos com vários ministros as coisas mais importantes que íamos fazer’’, disse na Rede Globo.

Ao tentar afastar os rumores da saída de Guido Mantega, o presidente manteve a interrogação sobre a permanência do atual ministro da Fazenda. Em nenhuma das entrevistas, Lula confirmou Mantega no novo governo e desconversou sobre mudança ministerial.

"Eu não tenho pressa, eu tenho até primeiro de janeiro para indicar o novo Ministério e Guido fica no Ministério (até lá)’’, disse.E criticou o que chamou de especulações sobre o tema: "Se especula muito. Convocação da seleção e Ministério, no Brasil, todo mundo acha que pode dar palpite. Quem escolhe jogador é o Dunga, e quem escolhe ministro sou eu.’’

Na entrevista, Lula atacou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, ontem, sinalizou que ainda era cedo para a oposição declarar ou não apoio ao segundo mandato. "Lamento profundamente que um ex-presidente da República, que deveria ter um pensamento muito mais positivo com relação ao Brasil, viva instigando para que as coisas não dêem certo", afirmou.

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