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Brasília – Para convencer o PDT a participar da coalizão de governo em seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ontem que não fará reforma na Previdência nem mexerá nos direitos trabalhistas, durante encontro com dirigentes do partido no Palácio do Planalto. O PDT terá 24 deputados e 5 senadores no ano que vem, número de parlamentares que, embora pequeno, é fundamental na votação de uma emenda constitucional, que depende de 308 votos na Câmara e 49 no Senado.

Os dirigentes do PDT presentes – o presidente Carlos Luppi; o secretário-geral Manoel Dias; o líder no Senado, Osmar Dias (PR); o líder na Câmara, Miro Teixeira (RJ); e o governador eleito do Maranhão, Jackson Lago – disseram a Lula que a tendência do partido é fechar a coligação. Mas lembraram que antes da decisão precisam fazer uma reunião da Executiva nacional. O único que defendeu a independência do partido foi Osmar Dias.

Mas ele sabe que é minoria. Prometeu acatar a decisão da Executiva, mas não abrirá mão de princípios. "Assinarei todos os requerimentos de CPIs e não votarei contra nada que vier a considerar incoerente", disse o senador.

Divergência

Osmar Dias lembrou que a situação no Senado é diferente da Câmara. "Os senadores Cristovam Buarque (DF), Jefferson Peres (AM) e eu somos pela independência; o senador Augusto Botelho (RR) está se transferindo para o PT e o senador eleito João Durval (BA) só fica no partido se houver a coalizão", disse o líder do partido. "Eu acato o que for decidido e sei que a decisão será pela formalização da aliança", disse ele.

Pouco mais de uma hora depois do encontro, o presidente Lula afirmou que estava muito feliz com o resultado do encontro com os dirigentes do PDT. "Sempre tivemos uma relação histórica. O PDT é peça fundamental na montagem do governo de coalizão", disse Lula. "O mandato da divergência acabou. Vai começar o mandato da convergência. E o PDT é peça fundamental, mesmo porque tem afinidade com o PT", disse Lula. Ele afirmou que no encontro fez a proposta de uma coalizão programática, sem tratar de cargos.

PMDB

Com o PMDB, as negociações estão mais adiantadas. O presidente nacional do partido, Michel Temer (SP), disse que a formalização do apoio ao governo de coalizão ocorrerá amanhã, durante a reunião do Conselho Político da legenda.

Depois de almoçar com importantes líderes da sigla, Temer disse que vai procurar os seis senadores peemedebistas que se autodenominam de oposição para dar um quadro da posição majoritária da agremiação. Depois de aprovar a integração no mandato de coalizão, ele disse que o PMDB cumprirá outras etapas.

A primeira delas será a definição do papel do partido na eleição das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Depois, a participação da legenda na administração federal.

O presidente nacional do PMDB afirmou acreditar que, na segunda gestão, a sigla terá um espaço maior, mas que prefere, por enquanto, não antecipar o assunto. "Vou cumprir etapas", afirmou.

Na reunião do Conselho Político, serão discutidos os pontos da agenda mínima proposta pelo presidente Lula na semana passada à agremiação, quando fez o convite para integrar a aliança.

"Suponho que estes projetos serão negociados, previamente, pela coalizão antes de encaminhados ao Congresso", previu, ao citar iniciativas como reformas política e tributária e outras medidas para o crescimento e solução do endividamento dos governos dos estados.

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