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Vídeo| Foto: TV Paranaense

São Paulo – Temas polêmicos, como aborto, eutanásia, uso de camisinha e pesquisas com células-tronco embrionárias ficaram de fora do encontro reservado de ontem entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Papa Bento XVI, no Palácio dos Bandeirantes – sede do governo paulista. Em vez disso, eles discutiram o Estado laico brasileiro e um acordo de regulamentação da Igreja Católica no Brasil. O Papa também se encontrou com o governador José Serra.

A embaixadora do Brasil no Vaticano, Vera Machado, contou que o Papa disse a Lula que espera que o acordo de regulamentação da Igreja Católica seja fechado durante o seu pontificado e o mandato do presidente. De acordo com a embaixadora, o Vaticano tem acordos assinados para regulamentação da Igreja Católica em mais de 100 países. Segundo a embaixadora, Lula disse ao Papa que vai "preservar e consolidar o país como Estado laico". O Papa, por sua vez, teria afirmado reconhecer o Brasil como Estado laico e que respeitava essa posição.

O presidente Lula aproveitou o encontro com o Papa para apresentar a Bolsa Família a Bento XVI. Segundo o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, a apresentação foi feita no encontro reservado de dez minutos entre o presidente e o Papa. Carvalho disse ainda que o presidente Lula defendeu no encontro a criação de programas de ajuda para a África.

Entre as propostas apresentadas pelo presidente está a produção de biocombustíveis para impulsionar a economia da África.

Líderes religiosos

O rabino Henry Sobel, 63 anos, pediu a bênção do Papa Bento XVI e também o abençoou. Presidente afastado da Congregação Israelita Paulista após ser detido nos EUA ao furtar gravatas, ele disse que não mencionou o episódio durante o encontro ecumênico.

Entre os dez religiosos que se reuniram com o pontífice ontem, Sobel era o mais conhecido do público do lado de fora do Mosteiro de São Bento.

À imprensa, o representante dos judeus disse que saía do encontro "leve e alegre’’. "Não é todo dia que um rabino recebe uma bênção do Papa. Com a maior humildade, pedi uma bênção e fui abençoado. Pedi também a permissão do Papa para abençoá-lo. Autorização esta que me foi dada’’, disse.

O representante da comunidade muçulmana, xeque Armando Hussein Saleh, disse que entregou uma carta ao Papa em que pedia mais respeito às mulheres, mas não deu detalhes. "Cabe a ele agora, se quiser, divulgar.’’

O presidente do Conselho Mundial de Igrejas e representante dos luteranos, Walter Altmann, aproveitou o encontro para pedir a presença do Papa na sede do conselho, em Genebra (Suíça). Todos receberam uma medalha com a inscrição "Benedictus XVI Pontifex Maximus’’.

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