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Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa nesta semana os contatos para a formação da nova equipe de governo e tem pela frente uma complexa equação para resolver, com pouca margem de manobra para mudanças. A definição do crescimento como meta prioritária deve aumentar a composição da atual equipe econômica, mas os compromissos pessoais e políticos terão também peso relevante, o que torna o problema difícil de ser resolvido até meados de dezembro, quando Lula pretende anunciar o novo Ministério.

A lista de personagens com os quais o presidente tem compromissos pessoais é extensa. Inclui o ministro da Fazenda, Guido Mantega – que conduziu a economia sem sobressaltos até a eleição, depois da saída turbulenta de Antônio Palocci do posto, em abril último, acusado de quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa para preservar interesses pessoais.

Passa também pela manutenção do ministro paranaense Paulo Bernardo na equipe econômica, já que o deputado abriu mão de tentar uma reeleição praticamente garantida para se manter à frente do Ministério do Planejamento. Sem contar o trabalho de articulação política que realizou no período eleitoral.

Também na cota pessoal do presidente Lula está a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provavelmente o nome mais forte do próximo governo; o ministro Tarso Genro, que é considerado um coringa, mas deve ocupar um ministério; e o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), que é fundador do PT e da CUT e guru intelectual do presidente.

Ainda nessa lista aparecem o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia; e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que também não concorreram a uma vaga na Câmara para ficar no governo, além do ministro Luiz Marinho (Trabalho), que garantiu ampla vitória de Lula no ABC paulista, e da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, que se tornou a coordenadora da campanha de Lula no segundo turno, em São Paulo, contribuindo para reverter dois milhões de votos dados a Geraldo Alckmin no primeiro. Marta tem lugar garantido na Esplanada dos Ministérios e pode ir para o Ministério das Cidades.

Alianças

Para o PMDB, o presidente deve destinar, no mínimo, quatro ministérios, quitando as dívidas políticas que contraiu na campanha e também para consolidar uma base de apoio ampla no Congresso. No rateio entre os partidos, o PSB deve reivindicar dois ministérios, pela boa performance obtida nas urnas. Enquanto PC do B, PP e PL ficariam, cada um, com uma pasta.

Por esse desenho, estariam vagos os ministérios da Agricultura, da Educação e o da Previdência, que é objeto do desejo do megaempresário Jorge Gerdau, que Lula gostaria muito de atrair para o governo. Entre os preferidos do presidente estão Márcio Thomaz Bastos (Justiça), que já avisou que não fica; Celso Amorim (Relações Exteriores), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Gilberto Gil (Cultura). Esses só saem se quiserem. Também haverá espaço na Esplanada para Ciro Gomes, se assim o deputado eleito desejar, já que Lula o inclui no grupo daqueles com quem tem dívida de gratidão.

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