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Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu deixar de molho a escolha do candidato a vice em sua chapa, pelo menos até as vésperas do dia 24 de junho, quando será realizada a convenção nacional do PT que ratificará sua candidatura à reeleição. Nesse período, o presidente vai insistir numa composição com o PMDB, ao qual já ofereceu a vaga de vice. O problema é que o PMDB é o PMDB. Dividido, não quer se vincular a nenhum candidato, pois pretende fazer as mais variadas alianças nos estados para eleger o maior número de vereadores e deputados.

Com a decisão de aguardar a palavra final do PMDB, a discussão sobre ter na chapa ou o atual vice-presidente, José Alencar, ou o ex-ministro Ciro Gomes fica suspensa. "Não vamos trabalhar na escolha do vice agora. O presidente, a meu ver de forma correta, não quer que esse assunto seja explorado antes que as alianças comecem a se fechar nos estados", explica o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), coordenador da campanha de Lula.

Berzoini diz que o presidente trabalha com três cenários. O primeiro, fator de desejo de todos os partidos e garantia de governabilidade, é contar com o PMDB, que deve eleger uma bancada muito grande na Câmara, mais de cem deputados. Para Lula, no caso de ser fechada uma aliança com os peemedebistas, um bom nome seia o do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim.

O segundo é não mexer em time que está ganhando. "O escolhido pode ser o vice José Alencar", afirma Berzoini. Nesse caso, o presidente contaria com o apoio formal do PRB, partido da Igreja Universal do Reino de Deus e de Alencar. Seria uma forma de correr atrás dos votos dos evangélicos, fórmula que Lula adotou em 2002 e deu certo, naquela época por conta do PL, ao qual o vice era filiado.

Ciro Gomes, do PSB, é outro nome que Lula gostaria de ter na chapa. "Ciro já nos disse que não tem essa pretensão política, pois deseja mesmo é se candidatar a deputado federal. Mas, se for necessário, e se o presidente quiser, está à disposição", diz Berzoini.

Nas conversas já mantidas com ele e com Lula, o ex-ministro afirmou que deve ter por volta de 300 mil votos para deputado, o que ajudaria o PSB a eleger uma boa bancada no Ceará.

O PSB enfrenta um problema nesta eleição, porque já está em vigor a cláusula de barreira, pela qual todo partido precisa ter pelo menos 5% dos votos no país e 2% em nove estados para ter direito ao fundo partidário e aos programas gratuitos de rádio e tevê. Os votos em Ciro poderiam, assim, ajudar no crescimento do PSB. A coligação com o PT, se for feita, também pode contribuir para que a sigla vença a barreira dos 5%, pois o voto é contado para a aliança.

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