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Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou ontem a conversar oficialmente com governadores para garantir a governabilidade no segundo mandato e minimizar as pressões por indicações nos ministérios. Ao receber os eleitos de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), no Palácio do Planalto, ele prometeu negociar repasse de verbas para obras de transporte público, segurança e infra-estrutura nos estados em troca do "desmanche" dos palanques eleitorais.

A princípio, Lula está retomando contato por telefone com governadores aliados ou de bom relacionamento, como os tucanos Aécio Neves, de Minas, e Cássio Cunha Lima, da Paraíba. Depois da fase de conversas por telefone ou no gabinete do palácio com os "amigos", o presidente já avisou que fará uma reunião com os 27 governadores, incluindo os da oposição. Só depois dessa reunião é que o presidente deverá fechar a nova equipe ministerial, definindo a participação de cada partido aliado no governo.

Tanto o governador eleito de Pernambuco quanto o do Rio afinaram o discurso de que não estariam preocupados com cargos no primeiro escalão do governo federal. "O PMDB quer um pacto federativo", desconversou Sérgio Cabral.

O governador eleito do Rio afirmou que a bancada federal do PMDB do estado tem "desejo" de debater propostas no segundo mandato. Depois de relatar que Lula se comprometeu a mandar verbas para ampliar a linha do metrô, modernizar a malha de trens urbanos, avançar nas obras dos jogos Pan-americanos, construir o arco rodoviário e melhorar a segurança no estado, o governador eleito disse sair convicto do Planalto de que o presidente quer o entendimento com todos os partidos. "Tenho certeza absoluta de que o presidente Lula tem isso como a grande base de seu segundo mandato", ressaltou. "O país não agüenta mais ficar nesse espaço letárgico, com crise atrás de crise."

Mesmo ressalvando que no PSB há correntes que defendem mudanças na política econômica, Eduardo Campos disse que "tem absoluta clareza que o presidente Lula terá no segundo mandato toda responsabilidade com a questão econômica que teve ao longo do primeiro mandato porque só se garante responsabilidade social se tivermos responsabilidade fiscal e econômica". Para o governador, qualquer deslize na economia vai ter efeitos claros sobre as políticas sociais.

Nas conversas com os governadores eleitos, Lula voltou a se queixar de declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Ele não está se comportando como ex-presidente", lamentou Lula. O presidente chegou a perguntar a Eduardo Campos se as respostas dadas em entrevistas nas tevês a críticas de FH tinham sido adequadas. O governador eleito de Pernambuco respondeu que sim.

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