São Paulo O presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), disse que não há previsão de licenciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do partido à reeleição. Para Berzoini, a liderança de Lula já está consolidada no país, não havendo necessidade de passar o cargo para o vice José Alencar. "Me parece necessário que ele (Lula) permaneça no cargo, podendo fazer campanha nos momentos em que não estiver trabalhando", disse o deputado, que também é o coordenador da campanha do PT à Presidência.
O petista adiantou que, na campanha, vai trabalhar com o tempo que o presidente tem disponível fora do horário de expediente. A expectativa do coordenador é que Lula visite o máximo de estados possíveis para consolidar sua campanha e a de candidatos a governador do PT e de partidos aliados.
Na avaliação de Berzoini, a candidatura do PT à Presidência neste ano é diferente das eleições de 2002, quando o partido fazia oposição. Agora, além de ser situação, o petista acredita que o PT tem o desafio de aumentar o número de governadores, deputados estaduais e federais e senadores. "Temos um planejamento para discutir a campanha presidencial com os estados para permitir uma base mais ampliada", comentou.
Sobre os gastos de campanha, o coordenador acredita que a eleição deste ano será menos onerosa do que em 2002.
O principal motivo é a mudança na legislação eleitoral, que agora proíbe a veiculação de propaganda em outdoors, distribuição de brindes e realização de showmícios.
"(A mudança na lei) permitirá que a campanha tenha mais conteúdo político e menos pirotecnia publicitária. Acho que essa campanha pode aumentar a politização", declarou o deputado, que disse não ver ilegalidade na comercialização de botons, bonés e camisetas do partido. O que não pode, segundo ele, é distribuir.
Berzoini participou do encontro da Executiva Nacional do PT, que formalizou a formação de coligação com o PC do B e PRB em torno da campanha pela reeleição de Lula. Ele salientou que o encontro da Executiva teve apenas o caráter formal para ratificar a decisão da Convenção Nacional da sigla, realizada no sábado passado.
Segundo Berzoini, apenas o PSB, entre os partidos aliados mais próximos do PT, não participará da coligação, por conta da obrigatoriedade da verticalização das alianças, que exige que as coligações estaduais sigam a coalizão nacional, e também por conta da cláusula de barreira, exigência de que uma legenda obtenha, pelo menos, 5% dos votos em nove estados para continuar a existir depois da eleição deste ano.
De acordo com ele, a campanha nacional pela manutenção da Presidência da República contará com uma tesouraria própria e independente do PT, ao mesmo tempo em que gerenciará as finanças da coligação, mas não repassará dinheiro aos partidos aliados.
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