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Brasília – "É preciso tocar a vida para a frente", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um grupo de ministros, num encontro na noite de ontem no Palácio da Alvorada. Antes do resultado final do primeiro turno das eleições, ele pediu ânimo e mandou todos estarem hoje no Palácio do Planalto para uma reunião da coordenação política, segundo um amigo.

Lula, com serenidade, segundo esse mesmo amigo, deixou claro, no entanto, que quer, imediatamente, que os culpados pelo escândalo do dossiê contra os tucanos se responsabilizem por ele, para poder retomar a campanha. A questão do dossiê ainda perturba o presidente, de acordo com assessores. "Estou com a alma machucada", disse a pessoas próximas. "Temos de resolver isso para iniciarmos a campanha do segundo turno."

Ao lado do vice-presidente José Alencar e de um grupo de amigos e assessores, Lula era o mais tranqüilo. "Ânimo pessoal, ganhamos o primeiro turno, agora vamos vencer o segundo", disse Lula, segundo um amigo. "Vamos ganhar duas vezes", acrescentou. A grande alegria do presidente na noite de ontem foi saber o resultado das eleições para o governo da Bahia, vencida pelo ex-ministro dele Jacques Wagner. "Está vendo, o Wagner enfrentando tudo e todos, inclusive nós, ganhou a disputa", abriu um sorriso o presidente.

Na saída do Alvorada, o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, tentou demonstrar ânimo. "A votação do presidente Lula foi espetacular, só faltou um pouquinho", afirmou o ministro. "Vamos para o segundo turno discutir o futuro do país", disse. "A orientação do presidente é mostrar o que fizemos e comparar tudo com o governo anterior", completou.

A uma pergunta se Lula não venceu no primeiro turno por causa da ausência no debate da TV Globo e do escândalo do dossiê, Tarso respondeu bem-humorado: "A culpa é do 1%". "Agora vamos fazer quantos debates forem necessários."

O vice-presidente José Alencar disse, também em entrevista na saída do Alvorada, que Lula foi alvo de "maledicência" na fase final da campanha. Questionado se a maledicência teria sido provocada por petistas, Alencar respondeu que não, responsabilizando os adversários que tentaram levar para o governo a culpa pelo que aconteceu (escândalo do dossiê). "No segundo turno, o presidente vai ao debate", disse.

"Eu fui voto vencido na discussão se Lula deveria ir ou não ao debate do primeiro turno da TV Globo. O presidente Lula é bom de debate, tem experiência e poderia ganhar dos adversários com facilidade", completou.

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