Brasília Depois do embate dentro do governo federal sobre o novo valor do salário mínimo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que, enquanto estiver no comando do país, vai promover reajustes anuais no mínimo para melhorar a distribuição de renda brasileira.
"Estou determinado enquanto brasileiro de que precisamos melhorar o poder de compra do salário mínimo. Todo ano vai ter um pouquinho enquanto eu for presidente", disse.
Antes do anúncio do valor de R$ 380 para o mínimo em 2007, os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho) tiveram divergências sobre o porcentual do reajuste.
Mantega defendia o aumento para R$ 367, enquanto as centrais sindicais pressionaram pelo reajuste para R$ 380. O Orçamento da União para 2007, por outro lado, previa o valor de R$ 375. Depois de intensas negociações, a equipe econômica acabou derrotada.
O acordo também prevê que o reajuste do mínimo até 2010 será equivalente à alta do Produto Interno Bruto (PIB) mais a inflação.
Na opinião de Lula, o acordo firmado com as centrais sindicais é "inédito" na história do país. "Não adianta tratar bem, é preciso valorizar as instituições no momento da negociação. Isso vai valorizando as entidades", afirmou.
O presidente afirmou que pretende deixar a presidência da República, em 2010, deixando como marca um mandato que valorizou a população de baixa renda.
"Normalmente, palácio do presidente não é feito para essa gente, mas para reis e rainhas. Mas acho que aqui pode entrar o mais humilde dos humildes. Com melhor poder de compra, as pessoas vão aprendendo a se valorizar e, se são aceitas pelo presidente, por que não serão aceitas pelos outros?", disse.
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