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Brasília – Embalado pelo slogan "Lula de novo. Com a força do povo", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume oficialmente amanhã sua candidatura à reeleição, apresentando como companheiro de chapa o vice José Alencar, do PRB. O convite de Lula a Alencar foi feito ontem, horas depois do desabafo do vice, que se sentiu desprestigiado pelo presidente. Na convenção nacional do PT que homologará a candidatura de Lula a um segundo mandato, Alencar será confirmado como vice da chapa, numa repetição da vitoriosa dobradinha de 2002.

Antes da conversa com o presidente, porém, ele não escondeu a contrariedade com a demora na definição de seu destino. Lem-brou que, em 2002, foi convidado por quatro partidos para ser o parceiro de Lula. "Eu provavelmente não tenha feito por merecer um novo convite", afirmou. "Mas sou muito tranqüilo e, provavelmente, Deus está me protegendo."

"Que é isso, Zé?"

Lula chamou Alencar para um tête-à-tête. "Que é isso, Zé? Você é e vai ser meu vice", insistiu. Depois, comunicou a escolha ao presidente do PSB, deputado Eduardo Campos (PE). Candidato ao governo de Pernambuco, Campos assistiu ao jogo entre Brasil e Japão ao lado de Lula, no Palácio da Alvorada, junto com o ex-ministro Ciro Gomes, do PSB, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.

Campos e Ciro chegaram a ser cotados para vice de Lula por auxiliares palacianos, mas o presidente nunca chegou a oficializar o convite. Não queria magoar Alencar, um empresário de Minas, o segundo maior colégio eleitoral. Mais: acha que, machucado, ele poderia provocar aborrecimentos.

Na conversa de ontem, Ciro e Campos prometeram a Lula lutar para que o partido integre sua coligação, com o PT, o PC do B e o PRB, independentemente de indicar o vice. Mas não está fácil. "A questão não passa pelo vice. O que não podemos é dividir o partido, e temos outros problemas para resolver, como a cláusula de barreira", afirmou o presidente do PSB, numa referência ao dispositivo da Lei Eleitoral que obriga os partidos a obterem 5% dos votos válidos no país e 2% em nove estados.

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