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Máquinas removem mais de 20 mil metros cúbicos de madeira em áreas afetadas | Walter Alves/Gazeta do Povo
Máquinas removem mais de 20 mil metros cúbicos de madeira em áreas afetadas| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Os deslizamentos de terra e a enxurrada que isolaram o litoral paranaense e desabrigaram centenas de pessoas, há 12 dias, também geraram cerca de 20 mil me­­tros cúbicos (m³) de madeira proveniente de árvores arrastadas em rios, estradas e comunidades rurais. A limpeza das áreas e o corte de árvores têm sido providenciados por empresas terceirizadas. Contudo, ainda não se sabe ao certo quem ficará com a madeira nativa. Na BR-277, ela vem sendo depositada nas margens do quilômetro 18.

Segundo o chefe do escritório regional do litoral do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Matomi Yasuda, uma reunião marcada para amanhã deve definir depósitos nos municípios afetados pelas chuvas – Antonina, Morretes, Paranaguá e Guaratuba – para onde serão enviadas as toras e lenhas recolhidas. Por se tratar de uma quantidade significativa de madeira, o ponto da BR onde o material é amontoado está sendo vigiado.

Associações locais devem ser autorizadas a comercializar a madeira. Entretanto, o IAP assegurou que fiscalizará todo o trâmite para que haja total lisura no processo. "Vamos fazer esta reunião para definirmos quais associações serão escolhidas para se beneficiar da venda da lenha. No caso das toras, poderão ser destinadas ao governo estadual e aos municípios para que sejam usadas em bens públicos, como pontes e parques", explicou Yasuda.

Para evitar a burocracia e facilitar o processo de doação da madeira, o IAP não fará Documento de Origem Florestal (DOF), Relatório de Inspeção Ambiental (RIA) nem laudo técnico da futura carga. Deve ser emitido somente um documento com o nome da associação beneficiada, a metragem doada e o nome da empresa compradora da mercadoria.

Entidades escolhidas

O IAP adiantou que a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) deve ser uma das entidades beneficiadas com a doação da madeira. "Será uma forma de oferecermos um retorno social às cidades atingidas por esta tragédia", disse Yasuda. As demais instituições a serem escolhidas deverão estar diretamente ligadas às regiões mais afetadas pelos desmoronamentos de terra. "Estas associações precisarão comprovar o uso do recurso com ações que beneficiem diretamente as famílias atingidas com as enchentes", completou.Entre as empresas que já teriam demonstrado interesse em adquirir parte da madeira proveniente dos milhares de árvores arrancadas pela força das águas estão a Coamo e a Sadia, ambas com sede em Paranaguá. "Faremos uma avaliação do preço de mercado e indicaremos compradores para esta mercadoria. Ainda não fizemos o levantamento de preço", comunicou Yasuda. Empresas do litoral terão preferência na compra das lenhas. De acordo com a concessionária Ecovia, o tempo de retirada de árvores tombadas em trechos afetados da BR-277 será longo, mas tudo deve estar restabelecido em seis meses.

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