Madeira de desmatamento ilegal pode virar casa popular

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Uma audiência pública na Assembleia Legislativa reuniu nesta segunda-feira (1º.) madeireiros, ecologistas e políticos em busca de estratégias para combater o desmatamento ilegal de madeira. A reunião foi convocada pelo deputado estadual Elton Welter (PT), que apresentou dois projetos de lei para que os proprietários de terra que preservarem a mata nativa e as fontes de água recebam compensação financeira. A forma como será feita ainda está sendo anilisada e os projetos ainda não têm data para serem votados.

A operação Angusti-Folia fiscaliza o desmatamento irregular de madeira em 14 municípios da região centro-sul do estado e já aplicou R$ 4,1 milhões em multas. Em apenas uma semana de trabalho, os 223 fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e policiais federais que participam da ação apreenderam o equivalente a 80 caminhões de madeira com árvores nativas, como a araucária e imbuia. O Ibama pretende dar uma destinação social ao produto ilegal, construindo cerca de 100 casas populares.

Até o momento, 133 autos de infração foram emitidos e 89 pontos supeitos de irregularidades, de 145, foram fiscalizados. Outros 40 pontos suspeitos foram identificados. A área embargada pela operação corresponde a 165 campos de futebol. Os trabalhos da operação Angusti-Folia devem continuar pelo menos até o final de semana.

Próximas ações

Na sexta-feira (5) – dia do meio ambiente - deverá ocorrer uma campanha para conscientizar a população sobre a necessidade e a importãncia de se preservar a mata nativa. Uma das ações será a campanha "Contagem Regressiva", na qual pedaços de araucárias - provenientes de áreas de desmatamento - serão espalhadas em pontos movimentados de Curitiba. O Ibama também pretende levar a campanha a outros estados. "O objetivo é aproximar dos moradores dos grandes centros o que está acontecendo no interior do estado. Hoje esses crimes parecem muito longe da realidade. Vamos causar um choque nas pessoas que perceberem o tamanho das árvores que estão sendo cortadas aqui no Paraná", disse o superintendente do Ibama, José Álvaro Carneiro, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo.