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A mãe da menina recém-nascida que foi abandonada em pleno Natal (dia 25), em uma plantação de soja na cidade de Nova Aurora, região Oeste do Paraná, será indiciada por Infanticídio, artigo 123 do Código Penal Brasileiro. Maria Aparecida da Silva, (28) saiu do hospital e prestou depoimento nesta quarta-feira ao delegado Valter Diniz Paes, de Assis Chateaubriand, que esta cuidando do inquérito.

De acordo com delegado, a tentativa de matar a criança ficou clara. "Muitos estão dizendo que foi apenas um abandono, mas em virtude das contradições e fatos do seu depoimento, a tentativa de infanticídio é evidente e pode resultar em detenção de 2 a 6 anos para a mãe da criança", afirmou Paes.

No depoimento, Maria teria caído em contradição algumas vezes. "Ela afirmou que escondeu a gravidez de toda a família e do suposto pai da criança. Na manhã de domingo, Maria sentiu algumas dores ao chegar até o banheiro a criança nasceu, ou como ela mesmo disse ‘caiu no chão’. Desesperada, juntou a criança e ao não constatar movimentos supôs que a criança teria morrido", contou o delegado.

Em seguida, Maria teria colocado a criança numa sacola e levado até uma plantação de soja, atrás do cemitério municipal de Nova Aurora. "Aí vem a contradição. Ela afirmou que a criança estava morta, mas resolveu cavar um buraco para proteger a filha do sol forte. Ao questiona-la sobre isso – porque proteger do sol uma criança morta - ela não soube responder".

A polícia encontrou um buraco no local, mas que não foi utilizado. Maria desistiu da idéia, largou a criança na plantação e foi para casa. "Algum tempo depois, por volta das 13h30, ela voltou ao local para ver se, por acaso, a criança ainda estava viva. Como não a encontrou, foi embora. Essa informação também é conflitante, já que a criança só foi achada uns 40 minutos depois dela ter voltado ao local", afirmou.

A menina Vitória Natália continua em observação em um hospital da cidade. O Conselho Tutelar não divulgou para onde ela foi levada e em 30 dias a decisão sobre o destino da criança deve ser conhecida. A mãe afirmou que agora quer ficar com a menina – assim como o pai, que sequer sabia de sua existência. Porém, a decisão só será tomada pela Justiça. Cerca de 30 casais que estão na fila da adoção também se candidataram para cuidar da criança.

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