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A mãe de Eliza Samudio disse ao portal G1, nesta sexta-feira (2), que pretende pedir a guarda do neto, de 4 meses, que está com o pai da jovem, em Foz do Iguaçu (PR). "Quero resgatar aquilo que me foi tirado tempos atrás, porque não pude ter minha filha ao meu lado. Quero reconstituir isso. É um direito meu como mãe e como avó", diz Sônia Fátima Moura, 44 anos.

Eliza está desaparecida há quase um mês. A jovem teve um relacionamento com o goleiro Bruno, do Flamengo, no ano passado, e tentava provar na Justiça a paternidade do filho, que seria do jogador. O atleta é suspeito de envolvimento no sumiço de Eliza.

Sônia mora em Mato Grosso do Sul e conta que há seis anos não vê a filha. Ela diz que ficou sabendo do desaparecimento de Eliza na segunda-feira, 28 de junho. "Costumava falar com ela esporadicamente, mas há cerca de um ano não conseguia encontrá-la", afirma. A mãe conta ainda que não mantém contato com o pai de Eliza, Luiz Carlos Samudio.

A mãe de Eliza diz que deixou Foz do Iguaçu (PR) em 1994, anos depois de se separar de Luiz Carlos. "Depois disso, Eliza chegou a morar comigo por três anos, mas estava em São Paulo já há seis anos", diz.

Ela ainda não conhece o neto, de 4 meses, mas quer a guarda da criança na Justiça. "Apesar de levar uma vida simples, posso dar todo o amor a essa criança, amor que não pude dar a minha filha por problemas pessoais", diz. Sônia tem esperança de encontrar Eliza viva. "Eu tenho fé em Deus e peço que ela retorne. Não perdi a esperança que ela esteja viva."

Procurado pela reportagem do G1, o pai de Eliza, Luiz Carlos Samudio afirma que Sônia deixou Eliza aos 5 meses, assim que parou de amamentar a criança. "Ela não foi mãe para a filha e agora quer ser mãe do neto. Ela abandonou Eliza aos 5 meses e criei minha filha sozinho durante 20 anos. Eliza teve essa lacuna afetiva e por isso nunca deixaria que isso acontecesse com o filho. Ela [Sônia] pode falar o que quiser", diz Luiz Carlos.

Segundo a advogada Maria Lúcia Borges Gomes, a mãe de Eliza deve entrar com o pedido de guarda do neto na próxima semana. "Estamos com o pedido pronto e aguardando apenas alguns documentos. Nossa preocupação é que essa criança fique bem", diz a advogada.

Sônia pretende ir a Minas Gerais para acompanhar as investigações sobre o desaparecimento da filha.

Entenda o caso

De acordo com a polícia, o sumiço de Eliza Samudio começou a ser investigado depois de denúncias de que ela havia sido agredida no sítio que pertence ao jogador Bruno, em Esmeraldas (MG).

Dayane Fernandes, mulher do goleiro Bruno, teria dito, em depoimento à polícia, que Eliza teria abandonado o bebê. A criança foi encontrada pela polícia na casa de desconhecidos e foi entregue ao avô, pai de Eliza, em 27 de junho.

Dayane chegou a ser levada à delegacia na sexta-feira, 25 de junho. Ela foi detida e liberada em seguida. Segundo a delegada, a mulher do atleta foi autuada por subtração de incapaz.

Na segunda-feira, 28 de junho, a polícia vasculhou o sítio do goleiro Bruno, por mais de nove horas, em busca do corpo de Eliza. Policiais e peritos fizeram escavações e vistoriaram o sótão, onde encontraram roupas de mulher, objetos de criança, fraldas e passagens aéreas. Um poço também foi vasculhado. A polícia já ouviu funcionários do sítio de Bruno e amigas de Eliza.

O Flamengo anunciou que o goleiro permanece afastado do time durante as investigações. Ele treinou no Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro, durante esta semana. Na quinta-feira (1º), ele disse que está "muito chateado" com o sumiço de Eliza. O goleiro ainda não foi chamado para depor.

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