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Amanhã à noite, Tânia Vicentini – mãe da estudante paranaense Carla, desaparecida desde fevereiro deste ano – embarca para os Estados Unidos atrás de notícias que esclareçam o paradeiro da filha. É uma viagem que nunca havia passado pela cabeça de Tânia, mesmo depois da notícia do desaparecimento de Carla. "Sei lá, nunca pensei nisso. A Carla que sempre quis ir para trabalhar, conseguir dinheiro e conquistar uma certa estabilidade aqui no Brasil. Mas eu nunca tive esse sonho", completa a mãe. Antes avessa à possibilidade da viagem, Tânia mudou de idéia, arrumou as malas e resolveu deixar a família em Goioerê, Região Noroeste do Paraná.

Carla foi vista pela última vez em 9 de fevereiro deste ano, saindo do Adega’s Bar, na cidade de Newark, no estado norte-americano de New Jersey, e desde então está sumida. Com a ajuda da empresa de intercâmbio World Study, responsável pela ida de Carla para os EUA e que está custeando a passagem, Tânia resolveu "descruzar os braços" e correr atrás de informações sobre o sumiço da filha, nas suas palavras. "Vou buscar a verdade sobre o que aconteceu, com os meus pés no chão. Não estou indo para encontrar minha filha. Claro que se isso acontecer será maravilhoso, mas o meu objetivo é buscar a verdade sobre o que e por que aconteceu isso com a Carla, e procurar saber onde a minha filha está", contou Tânia.

Sem dominar perfeitamente o inglês, Tânia espera encontrar numa antiga amiga que está morando nos Estados Unidos o apoio necessário para buscar informações sobre a filha. Outra importante ajuda virá do amigo pessoal e relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Emigração Ilegal, o deputado federal Hermes Parcianello (PMDB-PR). Representando a comissão, o parlamentar embarca hoje à noite para os Estados Unidos. Na agenda do deputado (e, conseqüentemente, de Tânia) estão encontros com a polícia de Newark, uma reunião com o Consulado do Brasil em Nova Iorque para que seja contratado um advogado para cuidar do caso, uma audiência com o FBI (a polícia federal norte-americana) e uma reconstituição da noite em que Carla desapareceu.

Visitas ao Adega e ao Mediterrâneo (local em que Carla trabalhava) também estão nos planos. "A idéia é conversar com os donos destes bares e com as pessoas que conheciam a Carla", explica Parcianello. "Acredito que a nossa principal missão é colher dados da polícia de Newark e do FBI sobre a investigação, para que isso possa nos ajudar no andamento da CPMI", conclui.

A viagem de Tânia e do parlamentar deve ser curta, mas ambos esperam que seja proveitosa. "Estamos pensando em retornar no domingo, mas nesses dias concentraremos as forças para coletar todas as informações possíveis sobre a investigação", conta Parcianello. "Já são mais de três meses. Não posso mais ficar esperando notícias por telefone", desabafa Tânia. Na bagagem, ela e o deputado levem a esperança de conseguir informações relevantes que ajudem a solucionar o caso.

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