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São Paulo - A Polícia Civil de São Paulo desencadeou ontem, a partir de Sorocaba, uma operação em 12 estados para desmontar uma organização criminosa que explorava jogos de azar pela internet. Dos 39 mandados de prisão expedidos pela 1.ª Vara Criminal da cidade, 25 haviam sido cumpridos até a noite de ontem. Ao todo, 358 endereços foram vasculhados pela Operação Novelo – a maioria lan houses de fachada e imóveis de empresários e funcionários acusados de dar suporte ao esquema, que movimentava R$ 5 milhões por mês – R$ 60 milhões no último ano. Contas bancárias, imóveis, carros e barcos em nome dos envolvidos foram bloqueados por ordem da Justiça.

Os dois supostos chefes da organização foram presos. O primeiro, Liviston da Silva, foi detido em Cascavel (PR) e o outro, Tiago Gomes Marques dos Santos, acabou preso no apartamento, no Tatuapé, zona leste de São Paulo, às 6 horas. Com ele, os policiais apreenderam documentos, computadores, R$ 30 mil, joias, um BMW, um Audi A4, um Vectra e um Mercedes. A dois quarteirões dali, os policiais estouraram um dos clubes de jogos conectados à internet. Ao todo, 3 mil computadores foram apreendidos. "A operação foi um sucesso", disse o delegado Weldon Carlos da Costa, diretor do Deinter-7.

A polícia informou ter indícios de que o dinheiro da organização era lavado por meio de uma empresa de títulos de capitalização. Nas interceptações telefônicas, segundo o delegado, há "inúmeros registros que fazem clara alusão a disputas por pontos de exploração de jogo, corrupção de agentes públicos, cobranças com uso de violência e até mesmo indícios de ligação com homicídios".

Após um ano de investigações, agentes da inteligência do Deinter-7 identificaram a atuação de dois ramos da organização – um em São Paulo e outro no Paraná – que administravam cassinos virtuais. Embora concorressem, ambas atuavam da mesma maneira, dando aos apostadores a opção de jogar de casa ou ir a lan houses filiadas a redes do esquema espalhadas pelo país.

Os acusados serão indiciados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular. Segundo a polícia, os donos de bingos e caça-níqueis intensificaram a migração para a internet em 2007, como forma de burlar a fiscalização depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) editou uma súmula derrubando as liminares judiciais que liberavam a jogatina.

Paraná

Em Maringá, o Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce) apreendeu 40 computadores em duas lan-houses da cidade. Os equipamentos estariam sendo usados no esquema e agora passarão por uma perícia, para comprovar a suspeita.

Também foram feitas buscas em uma terceira lan-house, mas nada foi encontrado. "O pessoal provavelmente retirou os computadores do local durante a noite", disse o delegado do Nurce na cidade, Fernando Martins. Seis policiais participaram da ação, que começou às 9h30. As lan-houses investigadas ficam nas avenidas Brasil, Duque de Caxias e São Paulo – esta funciona no edifício comercial Aspen Center.

Colaborou Renan Colombo, do Jornal de Maringá Online

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