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Três homens acusados de homicídio e de manter ligação com a rede de corrupção dos jogos de azar desmantelada em Foz do Iguaçu foram presos ontem pelo Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco), da Promotoria de Investigação Criminal (PIC). Roberto Carlos Tomazin, Maurílio Machado de Menezes e Osmar Camargo teriam sido contratados por Joel Rodrigues para assassinar um comerciante que não aceitou participar do esquema para subornar policiais, segundo o promotor da PIC, Rudi Rigo Burkle. O empresário foi morto no início do ano.

Rodrigues foi preso na última terça-feira. No mesmo dia também foram detidos outros cinco comerciantes e o delegado-chefe da Polícia Civil de Foz do Iguaçu, José Roberto Jordão. O delegado é acusado de receber propina dos empresários para liberar o funcionamento de caça-níqueis e do jogo de bicho na cidade. O secretário municipal de Esportes, Emerson Wagner, que está sendo procurado pela polícia por ser suspeito de integrar o grupo, solicitou exoneração do cargo ontem para cuidar de sua defesa. O prefeito Paulo Mac Donald Ghisi aceitou o pedido. Ele não explicou como foi feito o contato, já que Wagner está foragido. Também estão sendo procurados o advogado Oswaldo Loureiro Júnior, que faria a intermediação entre policiais e comerciantes, e mais três pessoas.

Cooperativa

Segundo Burkle, os comerciantes detidos formaram uma cooperativa para subornar os policiais, no chamado "mensalinho da polícia". Em troca, eles mantinham máquinas caça-níqueis em bares da periferia e um mini-cassino no Shopping Mercosul, no centro de Foz.

De acordo com a PIC, pelo menos 40 policiais civis e militares de Foz do Iguaçu e outros municípios do estado integram a rede de corrupção. O promotor diz que os policiais também evitavam prisões e não investigavam as denúncias contra a máfia. "O dinheiro que eles recebem não vem só do jogo", afirma Burkle.

O delegado José Roberto Jordão foi transferido ontem de manhã para Curitiba. Ele é acusado de formação de quadrilha, concussão (crime praticado por funcionário público) e corrupção passiva. Os comerciantes presos vão responder por formação de quadrilha e corrupção ativa.

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