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Curitiba

Escolas da capital seguem com melhor índice do país

Curitiba permanece na liderança entre as capitais nacionais como melhor índice do Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental. A média de 5,8 deixa a cidade, ao lado de Belo Horizonte, na quarta vez consecutiva no primeiro lugar do ranking. A meta estipulada pelo MEC era de 5,5.

Já nos anos finais do fundamental, Curitiba atingiu a meta de 4,1. Segundo o doutor em educação Ângelo Souza, a média obtida nos anos iniciais é reflexo do grande orçamento do município.

O Ideb foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais e avalia o rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho nas avaliações (Prova Brasil e Saeb). Os exames avaliam o aprendizado em Língua Portuguesa e Matemática em alunos do 5º e 9º ano e do 3º ano do médio.

Um quarto dos municípios do Paraná (95) não alcançou as metas estipuladas para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011 nos anos iniciais do ensino fundamental. Nos anos finais, o desempenho foi pior: 40% das cidades (161) não conseguiram atingir a nota almejada. No Brasil a situação não é diferente – 23% das cidades não atingiram as metas nos anos iniciais e 37% não alcançaram as notas estipuladas para o segundo ciclo.

Apesar de as médias para o estado terem sido atingidas tanto para os anos iniciais quanto os finais (veja infográfico), as notas por municípios apontam que ainda há um caminho a percorrer para melhorar a educação no Paraná. Para o presidente do Conselho Estadual de Educação, Oscar Alves, diversos fatores corroboram para o baixo desempenho de algumas cidades, como falta de investimento no setor e má remuneração dos professores. "O fato de o estado ter mantido a média não significa que a educação está indo bem", afirma.

Segundo ele, o setor só irá melhorar a partir do momento em que receber mais investimentos. "A educação é o pilar de desenvolvimento de qualquer sociedade. No entanto, hoje o investimento da União é muito aquém do ideal", afirma. Atualmente, União, estados e municípios aplicam juntos cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área. "O novo Plano Nacional de Educação (PNE) deveria ser aprovado destinando 10% do PIB do país à educação até 2020", defende. O projeto, aprovado na Câmara dos Deputados no dia 26 de junho, ainda tramita no Senado Federal.

Além de maior investimento, Alves acredita ser necessário que o recurso seja aplicado no aperfeiçoamento dos docentes. "Os professores merecem um salário maior e de políticas públicas que garantam capacitação. Um professor não pode parar de estudar", afirma.

Para o presidente estadual da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime-PR), Alys­son Augusto Padilha, a dificuldade dos municípios recai justamente na escassez de recursos. "O valor que a União destina para o setor é baixo. Temos de ter planos de investimentos a médio e longo prazo", afirma.

A secretária de Educação de Porto Vitória, município localizado no Sul do estado, Henelda Lúcia Henz, lamenta que a cidade tenha ficado um ponto atrás da meta para os anos iniciais. O estipulado era 5,5 e a cidade conseguiu 4,5. "A gente não atingiu a meta porque na cidade havia em 2011 apenas uma turma do 5º ano, pouco aplicada, o que puxou a nota para baixo", diz.

Crescimento freado

O doutor em educação e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ângelo Souza acredita que as próximas avaliações do Ideb terão médias menos elevadas que a dos anos anteriores. Isso porque nos primeiros resultados a redução do índice de reprovação e de abandono escolar nos anos iniciais – estimulada pelo surgimento da avaliação, cujo índice desestimula o sistema que aprova o aluno sem ele ter aprendido – contribuiu para esse fenômeno. "A partir de agora os índices de reprovação e abandono vão se estagnar, e as notas do Ideb terão mais importância, pois serão resultado do grau de aprendizado em sala de aula. A melhoria agora requer um investimento maior e demanda mais tempo", afirma.

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