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Reivindicações

A proposta do governo prevê reajustes salariais entre 25% e 40% até 2015, redução do número de níveis para progressão da categoria e formação de grupo de trabalho para discutir uma reestruturação aprofundada da carreira. Os professores dizem que a maior demanda dos profissionais é por mudanças nos critérios de ascensão e melhorias nas condições de trabalho.

O governo federal deve ouvir hoje dos professores universitários nova recusa diante da segunda proposta de reajuste apresentada à categoria. De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes), pelo menos 48 universidades federais haviam rejeitado, até a noite de ontem, a oferta do Ministério do Planejamento. Está prevista para hoje uma reunião entre governo e sindicato.

A proposta do governo prevê reajuste salarial entre 25% e 40% até 2015, redução do número de níveis para progressão da categoria e formação de grupo de trabalho para discutir uma reestruturação aprofundada da carreira. Ao todo, 57 das 59 universidades federais estão em greve há pouco mais de dois meses. "Quando alguém apresenta uma proposta, está sujeito a negociação", afirma Marinalva Oliveira, presidente do Andes, sindicato de maior representatividade da categoria.

Critérios e melhorias

Ela ressalta que a maior demanda dos docentes é por mudanças nos critérios de ascensão e melhorias nas condições de trabalho. "Estamos fazendo uma reivindicação e o governo está direcionando para outro tema. O governo não consegue atender à nossa pauta nem à deles", completa, em referência aos índices de reajuste sugeridos pelo Planejamento.

Os professores afirmam que, para diversos níveis, o reajuste proposto nem sequer vai suprir a perda salarial provocada pela inflação do período. O governo, em contrapartida, afirma que não há mais margem para aumento. A primeira proposta previa impacto de R$ 3,9 bilhões nos cofres públicos em três anos; a segunda aumentou o impacto em 7%: R$ 4,18 bilhões. Ontem, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou a dizer que a oferta é final, pois o governo já atingiu seu limite.

Os docentes afirmam que as reivindicações da categoria têm o apoio dos reitores – até o momento, eles não se posicionaram formalmente a favor da oferta do governo. Na sexta, a Andifes (associação de reitores) divulgou comunicado assinado por três dos quatro diretores ressaltando os "avanços significativos no Plano de Carreira". A nota, entretanto, não teve respaldo de todos os integrantes da cúpula da associação – faltou a assinatura do presidente, João Luiz Martins, reitor da Universidade Federal de Ouro Preto.

Servidores ameaçam comprometer vestibular

Também em greve, os servidores técnico-administrativos de instituições federais de ensino do Paraná realizaram, na manhã de ontem, uma manifestação em frente da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Centro de Curitiba. Os manifestantes envolveram o prédio histórico com um plástico preto (foto), simbolizando a "falta de perspectiva da educação pública". O ato marcou a radicalização da postura da categoria, que ameaça prolongar a greve até comprometer os vestibulares. "O governo chamou os professores para negociar, mas com os servidores ainda não houve nenhum aceno", afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público (Sinditest), Guiliano Monn.

O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, aguarda o desfecho da reunião de hoje entre o governo federal, reitores e representantes das categorias em greve para avaliar os reais impactos das ameaças.

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