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Isolamento visual nas agências bancárias de Curitiba é obrigatório desde setembro de 2008 | Arquivo - Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Isolamento visual nas agências bancárias de Curitiba é obrigatório desde setembro de 2008| Foto: Arquivo - Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Uma comissão de vereadores de Curitiba saiu ontem às ruas para fiscalizar o cumprimento da lei municipal que determinou a instalação de biombos nas agências bancárias para dificultar a ação de assaltantes. A maioria dos bancos ainda não se adaptou plenamente à norma, em vigor desde o ano passado, criada para evitar que os chamados olheiros das quadrilhas observem os clientes que sacam dinheiro nos caixas. A medida não vale para os terminais de autoatendimento.

"Os olheiros ficam nas filas, com telefones celulares ou rádios, observando a movimentação dos clientes. A informação é passada a comparsas que estão de moto nas imediações", explica o vereador Roberto Aciolli (PV), integrante da comissão. Eles passam a seguir a vítima até o momento oportuno para abordá-la e anunciar o assalto. "Eles já chegam dizendo para a vítima entregar o dinheiro que está em determinado bolso, por exemplo", conta o parlamentar.

O autor da lei, vereador Paulo Frote (PSDB), considerou a vistoria satisfatória. "Algumas agências descumprem totalmente a lei, algumas só a cumprem parcialmente e outras já estão totalmente adequadas", avalia. Segundo o vereador, a situação mais preocupante é a do Bradesco da Avenida Marechal Floriano, onde a fila em ziguezague passa a um metro dos caixas. "Um dos clientes nos perguntou quando é que a lei entra em vigor, e respondemos que ela já vale desde o ano passado", conta. O subgerente da agência, Ednílson Sabino, recebeu uma cópia da lei e a encaminhou ao departamento jurídico da instituição.

Agência modelo

Dos bancos visitados pela comissão, a Caixa Econômica Federal na Avenida Brasília, no bairro do Xaxim (zona sul), foi considerada modelo. De acordo com o gerente da agência, Willy Zink, além de atender a legislação municipal, a unidade atende ao novo padrão de acessibilidade. "Temos sinalização tátil para deficientes visuais, sinalização aérea e elevador de acesso ao piso superior para portadores de necessidades especiais", conta.

Segundo a Caixa, o isolamento visual também foi instalado na unidade do bairro da Fazendinha (zona sul) e chega à Barreirinha (zona norte) na semana que vem. A agência da Praça Carlos Gomes, no Centro, ainda não tem os biombos. A Caixa depende de licitação para instalar o equipamento, o que deve ocorrer em até 60 dias, conforme compromisso firmado entre o gerente regional da instituição, Paulo de Tarso, e os vereadores.

No Banco do Brasil da Praça Tiradentes, no Centro, foram instalados biombos de vidro jateado. Segundo o vereador Algaci Túlio (PMDB), o vidro tem faixas foscas, mas também tem faixas transparentes, dando visibilidade parcial ao cliente. "Foi a solução que o banco julgou adequada", argumenta o gerente da agência, Valmor Ferreira Bueno. "En­­tendemos que são suficientes. Permitem apenas que se veja o vulto da pessoa", diz. Bueno negou ter recebido qualquer notificação dos vereadores.

O consultor comercial Márcio Matoso, que estava na fila do BB, aprova a nova lei. "Tenho medo de vir ao banco por causa dos assaltos", conta. "A medida ameniza o problema, mas a gente ainda tem de tomar cuidados", afirma. Ele elogia a atitude dos vereadores, que, além de criar a lei, estão fiscalizando o cumprimento.

As visitas serão semanais. Segundo Frote, a lista dos próximos bancos a serem vistoriados inclui o Itaú, o Santander e o HSBC. Após o prazo de adequação, a fiscalização será para valer. "Vai virar rotina. Se a lei não for cumprida, vamos notificar à prefeitura", promete Algaci. Os estabelecimentos que infringirem a lei estarão sujeitos a multa diária a partir de R$ 200, dobrando em caso de reincidência até o limite de R$ 25,6 mil. Também participaram da vistoria os vereadores Serginho do Posto (PSDB) e Aladim (PV).

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