As pessoas que escolhem trabalhar nos conselhos tutelares geralmente trazem como bagagem a experiência com educação infantil e fundamental e enxergam no cargo mais a perspectiva de um emprego do que um espaço de luta ideológica. A conclusão é do assistente social e membro do Conselho Regional de Assistência Social do Paraná, Dorival da Costa, que no ano passado concluiu uma tese de mestrado sobre o Conselho Tutelar no Paraná.
Em Curitiba, diz Costa, o perfil dos conselheiros segue a média do estado: dois terços são mulheres, com idade entre 25 e 42 anos e moram na mesma região há mais de uma década. Segundo a pesquisa feita pelo assistente social, 18% dos conselheiros tutelares do Paraná trabalhavam em ONGs, 17% com ensino fundamental e 14% com educação infantil, o restante trabalhava em áreas diversas ligadas à criança e ao adolescente. "São pessoas que trabalhavam com crianças e adolescentes, mas não que necessariamente têm experiência com os direitos da infância e adolescência. A maioria vai em busca de uma garantia de renda", afirma Costa. Em Curitiba, o conselheiro tutelar recebe como subvenção R$ 1.480.
Para o assistente social, o critério de experiência maior exigido este ano em Curitiba pode melhorar a qualidade de quem entra para trabalhar como conselheiro tutelar, mas ainda é muito subjetivo. "Deveria ser mais aprofundado o perfil de quem pode concorrer, para o trabalho ser mais qualificado. Da forma como é descrita a experiência, uma babá pode vir a ser aprovada como candidata, neste caso, qualquer mãe teria o mesmo direito", avalia. (PK)
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