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Outras vítimas do empresário de 78 anos acusado de assediar sexualmente mulheres em seu apartamento entraram em contato com a polícia depois que o homem foi preso na última segunda-feira (21).

Segundo a delegada Sâmia Cristina Coser, da Delegacia de Mulher, nove pessoas denunciaram o acusado desde o início da semana. Duas já chegaram a prestar depoimento e sete vítimas falaram apenas por telefone.

Jamhar Amine Domit, libanês naturalizado brasileiro, mora sozinho no 9º andar de um apartamento de 350 metros quadrados no bairro Juvevê. Ele colocava anúncios de emprego em jornais para empregadas domésticas com experiência e que pudessem morar no local de trabalho. O salário oferecido era de cerca de R$ 1,2 mil.

Ao chegarem no apartamento, as interessadas no serviço tinham os documentos retidos e passavam a ser ameaçadas e assediadas por Domit, que, muita vezes, as trancava e deixava as vítimas sem comunicação. De acordo com Coser, de janeiro a agosto deste ano, 117 mulheres estiveram no local com o empresário, no entanto, não há a confirmação de que todas foram vítimas dele.

A polícia acredita que denúncias contra Domit existam há pelo menos cinco anos. A delegada explica que, apesar do provável número elevado de mulheres assediadas, o empresário foi detido apenas nesta semana, pois finalmente se consolidou um crime que permitiu a expedição de um mandado de prisão. Uma vítima denunciou que o homem a manteve presa por 16 dias. Segundo a mulher, além do assédio, Domit a obrigava a trabalhar por um longa jornada e oferecia a ela apenas restos de alimentos. "Esta ação caracterizou o crime de redução a condição análoga a de escravo", explica Coser. Além deste crime, ele vai responder por cárcere privado e estupro.

De acordo com Coser, antes desta ocorrência, as denúncias contra o suspeito eram menores e não permitiam a prisão dele. "Só podíamos abrir um termo circunstanciado que era encaminhado a 13ª Vara Criminal", conta a delegada.

Domit ainda não prestou qualquer esclarecimento à polícia, pois alegou estar emocionalmente abalado. Ele está no Centro de Triagem II, em Piraquara, onde vai ficar preso preventivamente até sexta-feira (25). A delegada vai pedir à Justiça a prisão preventiva do empresário.

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