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Caracterizada como uma doença, a enxaqueca está entre as mais comuns das cefaléias e atinge hoje cerca de 12% da população mundial. Ao lado dela, porém, estão 150 diferentes tipos de dores de cabeça já registrados pela medicina. Por isso o diagnóstico de uma cefaléia não é algo simples. "Eles são feitos pelas características da dor que o paciente apresenta", revela o neurologista e também mestre na área, Élcio Piovesan. A intensidade e a freqüência das dores vão revelar de qual tipo de cefaléia a pessoa sofre.

Em geral, as cefaléias são divididas em dois grupos: primárias e secundárias. As primárias são aquelas em que a própria dor é a doença, como é o caso das enxaquecas. Já no grupo das secundárias, as dores são sintomas de uma outra doenças, como meningite, sinusite e até tumores. "Distúrbios do sono, processos infecciosos, distúrbios visuais, distúrbios osteoarticulares da coluna cervical, má postura, intoxicação medicamentosa e uso de descongestionantes nasais também podem causar as dores", lembra Piovesan.

Cefaléias secundárias são geralmente extintas quando se descobre a causa da dor. Porém há risco de morte. "A dor de cabeça em si não mata mas sua causa pode ser fatal", observa o neurologista e especialista em cefaléia, Pedro Kovacks. Sinusite, otite, meningite, hemorragia por aneurisma, hipertensão intracraniana e até tumores cerebrais são algumas das doenças que podem estar escondidas por trás de uma crise de dor de cabeça. Já a cura de cefaléias primárias ainda parece longe de ser descoberta. "O que existe é o controle da dor. Tratamentos profiláticos são capazes de impedir que a dor comece", continua Kovacks.

Tratamentos

Dentre os tratamentos aplicados às cefaléias, os mais utilizados pela medicina continuam sendo os medicamentos, dos mais variados compostos. Porém a automedicação pode acarretar sérios danos à saúde. "Analgésicos utilizados sem controle médico e em excesso podem causar cefaléia por abuso de medicamento. Com o uso contínuo, as doses vão aumentando e chega uma hora em que nada mais faz efeito. O efeito então é contrário", lembra o chefe do serviço de neurologia do Hospital Cajuru, Renato Puppi.

Medicação intravenosa, como insulina, implantação de eletrodos no cérebro, dispositivos no coração e até botox (toxina botulínica), utilizado para interromper a transmissão das fibras nervosas, são alternativas já conhecidas pela medicina.

Atividades físicas, fisioterapia, acupuntura e psicoterapia também colaboram para a redução dos sintomas. "A cefaléia pode ser sintoma de uma depressão e transtorno de ansiedade ou vice-versa. Mente e corpo estão interligados, por isso, nesses casos, é necessário tratar dos dois", orienta o presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, Osmar Ratzke. Segundo ele, 30% dos pacientes de psiquiatria apresentam dores na região da cabeça.

Até mesmo problemas com a alimentação podem desencadear cefaléias. "Em determinados organismos, alguns compostos alimentares influenciam a dor, como, por exemplo, chocolate, salsicha, sorvete, salames defumados e bebidas alcoólicas", diz o neurologista e professor de neurociência clínica da PUC-PR, Emílio Scheer.

A dica para saber a hora em que o médico deve ser procurado é analisar a dor. Se ela estiver atrapalhando a vida e impedindo-o de realizar suas tarefas diárias, seu trabalho e seus relacionamentos, é hora de procurar um especialista.

Serviço: Hospital de Clínicas de Curitiba possui um ambulatório específico para pacientes que sofrem de cefaléia. Os atendimentos ocorrem nas quartas-feiras, somente com encaminhamento de uma Unidade de Saúde.

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