Ex-diretor geral do Detran preso diz que é inocente e vítima de armação política
O ex-diretor geral do Detran-PR César Roberto Franco, 44 anos, preso na manhã desta terça-feira, disse que é vítima de uma armação política com o objetivo de desviar as atenções para assuntos graves no atual governo. Durante uma rápida entrevista concedida à imprensa, no 1.º Distrito Policial, no Centro de Curitiba, Franco contou que está sofrendo um verdadeiro massacre diante da opinião pública e que vai provar sua inocência.
Duas pessoas acusadas de envolvimento de fraude no Detran-PR foram presas nesta quarta-feira em Brasília. As prisões são fruto da "Operação Trânsito Livre", que, na terça-feira, culminou na prisão de 24 pessoas, entre elas o ex-diretor do Detran-PR, César Roberto Franco, 44 anos, e os seus principais assessores na época, além de advogados, empresários e consultores do Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e do Distrito Federal.
Segundo informações do site oficial do governo do estado, foram presos Marcelo Fontoura Valle, 47 anos, e Luiz Carlos Abadie, 55, contador da Vale Couros Trading S.A.. Os dois, ao lado das 24 pessoas presas na terça-feira, são acusados de negociar cerca de R$ 9,5 milhões de créditos tributários falsos da empresa Vale Couros Trading S/A - cujo dono é César de La Cruz Arrieta, 56 anos, também preso durante a operação.
Segundo a polícia, Valle é ex-funcionário do Banco do Brasil e apresentou o ex-funcionário do Banco do Estado do Espírito Santo, Paulo R.T. Primo, para o sócio da Vale Couros, Márcio Pavan, 39 - os dois presos na terça-feira. Já Abadie seria o contador da Vale Couros e seria o responsável por esquematizar a lavagem de dinheiro da empresa. O esquema
O Detran-PR comprou os créditos com desconto de 12%, o que parecia um bom negócio. Eles seriam usados para quitar uma dívida acumulada de PIS/Pasep junto ao governo federal entre 1993 e 2002. O negócio ocorreu em 2002, em duas parcelas, com o pagamento feito diretamente na conta da Vale Couros. Mas o Detran-PR não conseguiu pagar a dívida com o governo federal, porque os créditos eram "podres", ou seja, não existiam. A partir daí, o Ministério Público Estadual e a polícia passaram a apurar porque o Detran-PR fez a operação.
Segundo investigações do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), o dinheiro da compra dos créditos foi entregue ao doleiro Alberto Youssef, que o teria pulverizado entre a antiga cúpula do Detran-PR, o argentino Arrieta, advogados e outros envolvidos no negócio.
Essas informações constam no acordo de delação premiada feito por Youssef com os ministérios públicos estadual e federal, no qual ele relatou negócios ilegais feitos com políticos envolvendo pelo menos o Banestado, a Copel e o Detran-PR, com dinheiro vindo da corrupção. O advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto, defensor de Youssef, confirmou o acordo. Ele afirmou que o cliente tem documentos que incriminam todo o grupo e outros políticos do estado.
Nos próximos dias, os 26 presos devem ser denunciados pelo Ministério Público pelos crimes de fraude a licitação, falsidade ideológica, peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
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