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As confissões do andarilho José Airton Pontes, 49 anos, contando ter abusado sexualmente de pelo menos 30 crianças em várias localidades do país, despertaram o interesse de investigadores de outros estados. A ajuda do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) já foi solicitada por policiais de outras três cidades – Ji-Paraná (RO), Lucas do Rio Verde (MT) e Joinville (SC). Desde o início da semana, uma equipe do Sicride também percorre cidades catarinenses buscando esclarecer casos relatados por Pontes. As informações são do repórter Jorge Olavo, da Gazeta do Povo.

A prisão do andarilho pode ser a mais importante do Paraná relacionada a crimes contra crianças. Pontes foi detido pela quinta vez no início de novembro, em Pinhalzinho (SC), sob acusação de violentar e matar Renato Renan Poronizak, 7 anos, em Marmeleiro, no Sudoeste do Paraná. Em depoimento, ele confirma a morte do garoto e assume ser autor do assassinato de Jéssica Morais de Oliveira, 8 anos, desaparecida em junho, na Cidade Industrial de Curitiba. Além dessas crianças, Pontes revela mais duas vítimas no Paraná: um menino de 9 anos violentado em 1975, em Curitiba, o que rendeu-lhe dez anos de detenção em um manicômio judiciário (até 1985), e outro garoto em Palmas, neste ano.

De acordo com a polícia de Palmas, as descrições dadas por Pontes sobre o crime cometido na cidade não condizem ao que aconteceu no único fato semelhante registrado em 2005. "Já estamos descartando a possibilidade dele ter praticado o crime porque o menino não o reconheceu e disse que seu agressor era uma pessoa mais jovem", afirma o escrivão da delegacia local, Antônio Elizeu Lima Santos. Pontes conta que violentou um menino em um pomar próximo ao aeroporto da cidade, no entanto o registro relata a violência numa escola. "O local descrito por ele existe e há a possibilidade da família, por algum receio, não ter registrado o crime", conta o escrivão.

Os investigadores do Sicride tentam esclarecer três casos em Joinville, Lages e Curitibanos, em Santa Catarina, nos quais Pontes relata ter abandonado crianças desmaiadas após violentá-las. Segundo o delegado de Curitibanos, Juscelino Carlos Boos, já foi iniciada investigação. "É um fato muito antigo (ocorreu em 1988 e a vítima foi deixada próximo a um açude) e nenhum policial se lembra de caso semelhante." Boos conta que não existe comprovação de homicídio e será difícil provar qualquer atentado violento ao pudor.

Em Lages, estaria o maior número de vítimas: uma menina e 16 meninos. Pontes conta que sua primeira prisão aconteceu em 1975, quando teria estuprado uma garota de 10 anos. No mesmo ano fugiu. Depois foi preso novamente e condenado a 10 anos de prisão. Em 1988, foi preso pela terceira vez e no Natal de 1990 recebeu benefício para visitar a família e não voltou.

Mesma pessoa

A delegada Márcia Tavares dos Santos, do Sicride, afirma que foi comprovado, ontem, que a pessoa presa no estado de São Paulo, de 1992 até 2004, identificada como Sidnei Padilha é Pontes. Ele foi detido por estupro de uma menina em Espírito Santo do Turvo (SP). "O Instituto de Identificação do Paraná analisou as digitais de Padilha e Pontes e confirmou ser a mesma pessoa. Esse outro nome seria de um primo", explica a delegada.

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