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Nos últimos dias, Curitiba viveu várias tempestades de raios. Esses, tão pertinho dos prédios do Centro, caíram, na verdade, na região litorânea, segundo meteorologistas | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Nos últimos dias, Curitiba viveu várias tempestades de raios. Esses, tão pertinho dos prédios do Centro, caíram, na verdade, na região litorânea, segundo meteorologistas| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Prevenção

Ouviu o trovão, abandone praia, piscina e campo

O período do dia mais propenso a tempestades é entre o fim da manhã e o início da noite. "Entre duas e quatro da tarde é o momento mais quente do dia", explica Marco Jusevicius, meteorologista do Simepar.

Ele reforça que o medo gerado pelos raios tem fundamento, já que uma pessoa atingida, mesmo que sobreviva, terá sequelas gravíssimas, dada a intensidade da corrente elétrica.

Recomendação

Durante tempestades, a orientação é se manter abrigado em casa, ou dentro de um carro, com capota rígida e vidros fechados. "Mesmo que a pessoa não visualize a tempestade, ela pode ouvir o trovão a 20, 30 quilômetros de distância. Ouviu o trovão [que ocorre imediatamente após o raio], abandone a área de piscina, praia, campo e vá para um abrigo isolado."

Na inexistência de um local seguro, é fundamental se afastar de árvores ou objetos como guarda-sóis. Nesses casos, o ideal é agachar-se, com os dois pés juntos, e as mãos na cabeça.

"A função disso é diminuir ao máximo o contato com o solo. Não deitar jamais." Já cobrir espelhos e guardar tesouras, garante Jusevicius, não passa de crendice popular sem fundamento.

O espetáculo de cores no céu, registrado em imagens postadas à exaustão em redes sociais nesta semana, faz parecer que 2015 começou com uma incidência de raios maior do que a normal. Efeito do aquecimento global?, questionam uns. Será assim o ano todo?, antecipam-se outros. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, não é nada disso. Embora, de 1.º a 13 de janeiro, o estado tenha registrado 173.488 raios, contra 138.215 no mesmo período do ano passado, o aumento não é significativo para comprovar alguma tese. "Ainda está normal. Cai bastante raio nessa época. Se fosse uns 30 ou 40% do esperado para o ano, mas está beirando os 10%, nada fora do comum", explica o meteorologista Marco Jusevicius.

INFOGRÁFICO: Veja como o raio é detectado

O crescimento, detalha Sheila Paz, também meteorologista do Simepar, está relacionado ao maior número de tempestades registradas neste verão. "O ano passado também foi muito quente, mas não tão úmido. A umidade aumenta o potencial à chuva". Em todo o ano passado, Curitiba registrou 3.262 raios; foram 299 nas duas primeiras semanas de janeiro. Neste ano, foram 437 raios até a terça-feira.

No Litoral, por exemplo, os 13.711 raios dos 13 primeiros dias do ano ficaram atrás dos 14.890 registrados no mesmo período de 2014. No ano passado todo, 54.377 raios caíram no continente nos municípios do Litoral. Em 2013, o número foi menor (43.355) e, em 2012, bem maior (70.944), o que demonstra uma variação, a princípio, sem muita lógica. "Uma avaliação mais global só pode ser feita quando termina a estação. E, para falar em mudança climática, necessitaria de uma medição de 20, 30 anos", defende Jusevicius.

Segundo o sistema de monitoramento do Simepar, a última segunda-feira, foi o dia com maior incidência de raios no litoral: 4.742. No mesmo dia, Curitiba registrou 58 raios. "Foi aquele dia do espetáculo. A tempestade disparou no litoral, mas conseguimos ver daqui. Mas é normal, se fossem 50 mil raios num dia, poderíamos falar algo...". Segundo o meteorologista, a intensidade das descargas elétricas, na média, também não foge do padrão de 10 a 20 mil ampéres. "É raro, mas acontece de um raio atingir 300 mil ampéres. Às vezes, chega a destruir para-raios."

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