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Indígenas enfrentaram a PM com flechas em Brasília | Lunae Parracho/ Reuters
Indígenas enfrentaram a PM com flechas em Brasília| Foto: Lunae Parracho/ Reuters

Segurança

Confronto faz visitação à taça da Copa do Mundo ser suspensa

Da Redação

O confronto entre manifestantes e policiais ontem em Brasília teve início por volta das 17 horas e durou cerca de 40 minutos. Com a confusão, a visitação à taça da Copa do Mundo teve de ser suspensa. "Retiramos a taça por segurança. Jamais permitiremos que o nosso país seja colocado em xeque junto à imprensa internacional", disse o coronel Jaílson, comandante da PM. As informações são da Agência Brasil.

Em nota, o governo do Distrito Federal aprovou a atuação da polícia. "A operação foi eficiente, já que protegeu o grande público, especialmente crianças, estudantes e idosos que estavam no evento de visitação à taça da Copa". O governo explicou ainda que os policiais tiveram que conter a manifestação "no limite estabelecido para segurança dos visitantes que estavam na tenda onde estava a taça".

No dia da exposição da taça da Copa do Mundo em Brasília, manifestantes e policiais militares entraram em confronto, ontem, no centro da cidade. O Eixo Monumental, uma das principais vias da capital, ficou interditado no fim da tarde enquanto tropas da Polícia Militar dispersavam as milhares de pessoas com bombas de gás lacrimogêneo. Três manifestantes foram presos e ao menos duas pessoas foram levadas ao Hospital Regional da Asa Norte com ferimentos leves. Um policial foi atingido por uma flecha, mas sem gravidade, segundo a PM. As informações são da Agência Brasil.

O protesto teve a participação de povos indígenas, de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Comitê Popular da Copa. O tumulto forçou o cancelamento do evento da Fifa.

A manifestação começou pacífica, na Rodoviária do Plano Piloto. Os ativistas fizeram um julgamento popular do que apontam como violações de direitos humanos ocorridas na realização do Mundial. "É um julgamento fictício onde denunciamos o sentido dessa Copa, que é fortalecer cada vez mais um Estado autoritário que não permite a participação popular e avança cada vez mais na desigualdade social e na repressão do povo", disse Chico Carneiro, membro do Comitê Popular da Copa do Distrito Federal.

Em seguida, com o reforço dos povos indígenas, que ocuparam ontem a marquise do Congresso, o grupo seguiu pelo Eixo Monumental rumo ao Estádio Nacional de Brasília, onde a taça da Copa estava sendo exibida. Nas proximidades da Torre de TV, a cerca de 700 metros da arena, policiais e manifestantes iniciaram o confronto.

A polícia atirava bombas de gás contra os manifestantes, que respondiam com pedradas. Índios respondiam às bombas com flechas. Thiago Ávila, também do Comitê Popular da Copa, reclamou da postura dos policiais. "A polícia combinou com a gente que poderíamos nos aproximar do estádio. Então, formaram uma barreira com cavalos e impediram a gente de passar". Edson Francisco da Silva, coordenador do MTST, também criticou a reação da PM. "A atuação da polícia foi lamentável, porque nós nem chegamos perto e começaram a jogar bomba, a cavalaria foi pra cima."

Agressões

Segundo o coronel Jaíl­­son, comandante da PM, o ato poderia ter avançado mais se não tivesse havido agressões contra policiais. "Um policial nosso foi atingido por uma flechada e outros por pedradas, foi isso de desencadeou o problema. [Se não tivessem agredido a polícia] poderiam ter avançado mais, até próximo de onde estava a tropa, sem problema nenhum."

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