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Cerca de 20 manifestantes deram depoimento ontem pela manhã aos agentes da Superintendência da Polícia Federal do Paraná. Na intimação, enviada aos manifestantes na última sexta-feira, a PF disse que começou a "apurar a ocorrência de grupos que estariam promovendo a depredação do patrimônio público e privado e a agressão a cidadãos ligados às forças de segurança do Estado."

De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), José Carlos Cal Garcia Filho, todos os manifestantes foram ouvidos e liberados logo em seguida. Para ele, no entanto, a ação da PF foi ilegal. "O inquérito é genérico e, segundo nosso parecer, é para investigar fatos futuros e isso não é certo de acordo com a lei", explica.

Comunicado

Em um comunicado divulgado ontem à imprensa, a OAB chama atenção para o fato de constar na intimação referências à Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), editada durante o Regime Militar para preservar a integridade territorial e a soberania nacional. O órgão irá acompanhar o caso e tomar as medidas judiciais para arquivar o inquérito aberto.

Perguntas

Um dos intimados foi o bacharel em Direito Renato Almeida Freitas Júnior. Segundo ele, que foi ouvido pela Polícia Federal na manhã de segunda-feira, as perguntas feitas foram absurdas. "Eles perguntaram se eu havia feito treinamento militar, se eu sabia fazer explosivos e se eu alguma vez quebrei algo do patrimônio público. Questionaram, ainda, se algum país financiava os manifestantes. Foi um terrorismo só." Na sala em que foi ouvido, havia um escrivão e um delegado.

Freitas Júnior e outros manifestantes também organizaram um evento através da rede social Facebook, no último fim de semana, com o intuito de chamar os internautas para a realização de uma manifestação na frente sede da Polícia Federal.

Os policias, no entanto, não permitiram. "Eles isolaram a rua e nos ameaçaram. Disseram que a gente não podia ficar na rua. O pior foi revistarem as mulheres e tirarem fotos do RG de todo mundo", conta Freitas.

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