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Manifestantes tentaram incendiar e virar um ônibus na rua Amaral Peixoto, em Niterói durante protesto realizado nesta quarta-feira (19) na cidade. Próximo ao local, na rua Marquês do Paraná, o Batalhão de Choque chegou a atirar bombas de gás lacrimogêneo em direção aos manifestantes, que responderam atirando morteiros. Houve correria e tumulto nas ruas do centro da cidade.

Um grupo que se desviou dos manifestantes que se concentravam em frente à Câmara Municipal da cidade tentou fechar os acessos à ponte Rio-Niterói. Cerca de 50 policiais do Batalhão de Choque, levando cachorros, se posicionaram em um dos acessos à ponte para evitar a ação. Quando os manifestantes chegaram, os policiais começaram a atirar bombas, fazendo com que os manifestantes recuassem.

A Polícia Rodoviária Federal informou que a Ponte Rio-Niterói começou a ser liberada parcialmente, por volta das 20h desta quarta-feira, para os veículos que seguem em direção à Avenida do Contorno, para São Gonçalo e Alameda São Boaventura, em direção ao bairro do Fonseca, em Niterói. Para quem vem de Niterói para o Rio de Janeiro o tráfego também está liberado.

A Polícia Rodoviária Federal esclareceu que manteve a ponte interditada para evitar que os motoristas encontrassem os protestos e os confrontos entre manifestantes e o Batalhão de Choque da Polícia Militar na saída da ponte.

Bomba de gás atinge médicos

Um grupo de jornalistas e seis médicos que prestavam socorro a uma mulher na calçada da Avenida Marquês do Paraná, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, foram surpreendidos na noite desta quarta-feira, 18, por policiais do Batalhão de Choque com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.

A mulher, supostamente grávida, havia desmaiado durante uma crise de ansiedade provocada por bombas lançadas pela polícia contra manifestantes para liberar a avenida, que dá acesso à ponte Rio-Niterói.

Os médicos, da Universidade Federal Fluminense, trabalhavam como voluntários para atender eventuais feridos na manifestação, que reuniu milhares de pessoas no centro de Niterói.

Antes de atacar o grupo, os policiais do Batalhão de Choque haviam se recusado a atender a mulher, apesar de haver uma ambulância do governo do Estado disponível no local.

A mulher era atendida sobre um papelão cedido por um mendigo, em um canto da calçada. Ela se perdeu da filha e havia sido levada ao local por manifestantes, já desmaiada, em meio à nuvem de gás que tomava conta do rua.

"Viemos como voluntários para atender as pessoas, fomos surpreendidos pelas bombas e acabamos sendo atingidos. A atitude desastrada mostra o completo despreparo dos policiais", disse o médico Marcelo Sá de Araújo.

Ele e os cinco colegas prestavam atendimento no momento do ataque, todos de jaleco branco, e aguardavam a chegada de uma ambulância quando foram atacados. A justificativa dada pelos policiais foi de que o grupo foi confundido com "vândalos e baderneiros".

Em outro incidente, o repórter da Agência Brasil, Vladimir Platanow, foi agredido na por seguranças do Terminal Rodoviário de Niterói. Platanow se abrigou no terminal durante os confrontos entre policiais e manifestantes, quando foi atacado por seguranças armados com cassetetes. Mais pessoas se abrigaram no terminal e também foram agredidas.

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e pelo prefeito Fernando Haddad (PT) também anunciaram hoje que as tarifas de ônibus, metrô e trem voltará a custar R$ 3 na capital paulista.

Alckmin falou que a redução de R$ 0,20 representa um "esforço" e acrescentou que serão cortados gastos para que a mudança seja possível. Já o prefeito afirmou que "investimentos serão comprometidos" por conta disso.

O governo paulista ainda não disse quais obras serão afetadas por essa redução nos investimentos. O secretário do Planejamento, Julio Semeghini, afirmou que está estudando alternativas.

No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes também anunciou nesta quarta-feira o recuo no preço da tarifa de ônibus municipal para R$ 2,75.

Confronto

Desde o reajuste das tarifas, o Rio de Janeiro tem enfrentado vários protestos, assim como várias outras capitais do país.Na última segunda-feira, durante o maior protesto dos últimos tempos, policiais do Batalhão de Choque entraram em confronto com um grupo de cerca de 300 manifestantes após a invasão do prédio da Assembleia Legislativa do Rio, que estimou os prejuízos em R$ 2 milhões.

A invasão da Alerj aconteceu por volta das 23h e durou alguns minutos, até a chegada da Tropa de Choque. Os policiais chegaram às 23h15 em vinte carros e um blindado, o chamado caveirão, e atiraram várias bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes, que correram em direção à Candelária.

O ato tinha começado pacificamente seis horas antes, reunindo 100 mil pessoas. Antes da invasão, um grupo de 80 policiais, sendo vinte deles feridos, chegou a ficar encurralado pelos manifestantes no prédio da Alerj.

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