Pane
Proteção de temperatura apagou SP
Folhapress
O Ministério de Minas e Energia informou ontem que o desligamento da subestação Bandeirantes, de propriedade da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, foi provocado pela atuação do sistema de proteção de temperatura de um transformador. O problema deixou 2,5 milhões de moradores da cidade de São Paulo na tarde de terça-feira.
O acionamento da proteção de temperatura gerou o desligamento de dois outros transformadores e a consequente sobrecarga. O restabelecimento da energia aconteceu 12 minutos depois da pane, mas houve um segundo blecaute 1 hora e 26 minutos depois.
Parte da zona sul de São Paulo e da região metropolitana completaram ontem 24 horas com o abastecimento de água prejudicado por causa do blecaute. Segundo a Companhia de Saneamento de São Paulo (Sabesp), o abastecimento foi normalizado no final da tarde.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o apagão da última sexta-feira no Nordeste não teria se alastrado tanto caso uma linha de transmissão próxima à subestação de Luiz Gonzaga, entre Pernambuco e Bahia, não estivesse em manutenção. Oito estados e cerca de 56 milhões de pessoas foram afetadas. Só o Maranhão não foi atingido. A presidente Dilma Rousseff não teria aceitado o argumento e quer todas as explicações técnicas sobre a causa do apagão até amanhã ou no máximo até o início da próxima semana. Lobão disse que a falha no cartão de proteção da subestação de Luiz Gonzaga iniciou o apagão, mas que o blecaute só atingiu oito estados por causa da manutenção na linha de transmissão. O cartão é um equipamento eletrônico que atua na proteção das estações. Na noite de quinta-feira, ele teria emitido um falso sinal de falha no disjuntor, provocando o desligamento da estação. "Se [a linha de transmissão] não tivesse em manutenção não teria havido toda a extensão que houve. Mas a manutenção dela era uma coisa necessária", afirmou Lobão.
Na terça-feira, o ministro e integrantes do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, além de representantes da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e da Eletrobras estiveram reunidos com Dilma. Lobão negou que a presidente tenha recusado a explicação. "O que de fato ela não gostou foi do episódio. Eu também não gostei da interrupção por quatro horas. Nenhum de nós gostou." O Relatório de Análise de Perturbação, documento conclusivo sobre a pane, só deve ficar pronto na próxima semana.
Cobrança
A reunião de terça-feira foi tensa e adentrou a noite. Dilma exigiu da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que intensifique a fiscalização preventiva nas principais linhas de transmissão e subestações do país. "O estilo dela é de cobrar mesmo. Ela quer saber tudo nos mínimos detalhes", revelou uma fonte que participou da reunião. Segundo essa fonte, ao contrário de muitos ministros, que deixam decretos e projetos de lei nas mãos da equipe técnica e tomam conhecimento dos resultados apenas no final, Dilma acompanha de perto todas as etapas. "Se alguém faz um decreto, um projeto de lei, muitos ministros não se envolvem, não é o caso dela como ministra nem como presidente da República. Ela quer saber os detalhes dos detalhes dos detalhes."
O diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, disse que há alguns anos não era prática da agência fazer muitas fiscalizações preventivas. "No ano passado fizemos muito mais fiscalizações do que a média histórica da agência", afirmou. Para fazer as fiscalizações, Hubner informou que o quadro de funcionários terá de ser reforçado. "Temos que colocar mais gente nas linhas [de transmissão]. De fato ela quer e acho que é muito importante mesmo."
Oito estados do Nordeste foram atingidos pelo apagão: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e partes do Piauí. O problema começou às 23h08 (0h08 em Brasília) de quinta-feira, e o fornecimento só foi plenamente restabelecido às 3h30 de sexta-feira, quando a energia voltou em João Pessoa (PB).
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