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Qual a extensão real de florestas com araucária no Paraná e a sua condição de preservação? É o que pretende responder um estudo que vai ser feito pela Fundação de Pes­quisas Florestais da Univer­sidade Federal do Paraná (UFPR), com investimento da empresa Tractebel Energia e cooperação do governo estadual. O convênio foi assinado no último dia 2 e os trabalhos devem começar neste mês. A partir do estudo, vão ser traçadas estratégias de preservação do bioma.

O levantamento mais recente foi apresentado em 2002 pela mesma fundação. Ele mostrou que restou 0,8% de floresta de araucária em boas condições. O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Volnei Bisognin, conta que a partir do levantamento se terá um dado real das áreas remanescentes. "Esse vai ser um levantamento totalmente novo e um retrato fidedigno do que existe no Paraná. Vamos ver onde existem os maiores maciços, os corredores ecológicos e as reservas para se trabalhar na preservação", aponta. A Fundação SOS Mata Atlântica mapeou 12% de remanescentes, em 2008. "Há muita controvérsia e por isso resolvemos investir no estudo", completa Bisognin.

Durante quatro meses – tempo previsto para a pesquisa – serão analisados 4.014.531 hectares de floresta com araucária, através de imagens de satélites e visitas a campo em pelo menos 53 cidades pertencentes às áreas dos escritórios regionais do IAP de Irati, Guarapuava, União da Vitória e Pato Branco. Cinco técnicos irão percorrer as áreas de floresta em cerca de 250 pontos de observação.

Para o coordenador do programa Desmatamento Evitado, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Denílson Cardoso, o levantamento proposto pelo governo estadual é importante, principalmente se usar a mesma metodologia de 2002. "Teremos um período de quase 10 anos e esse é um intervalo interessante de comparação", afirma. Ele coordena um programa que incentiva produtores rurais a preservarem remanescentes de araucárias no estado.

Conforme a coordenadora do mapeamento e pesquisadora da fundação, Ana Paula Dalla Corte, o trabalho será mais preciso devido à tecnologia que será utilizada. Serão captadas imagens de alta resolução espacial, com precisão de até três metros, e será utilizado um software especial que irá capturar imagens acima de um hectare, enquanto estudos anteriores desconsideram áreas menores que 40 hectares. Além disso, reforça, serão verificadas as condições dessas áreas remanescentes.

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