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O maquinista que evitou uma tragédia na quinta-feira, quando um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) colidiu com um ônibus que despencou de um viaduto sobre a linha férrea, em São Caetano do Sul (SP), foi homenageado nesta sexta pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mas Edinalvo Delmiro da Silva, o maquinista, diz que não é um herói.

"Estão dizendo por aí que eu sou herói, mas com certeza eu não sou", disse Silva. Segundo ele, o mérito deve ser atribuído ao passageiro do ônibus que escapou do acidente e caminhou pelos trilhos para alertar o trem que se aproximava. "Eu não tinha visão do acidente, porque o ônibus caiu numa região de curva. Se o passageiro não tivesse acenado, eu só iria ver (o ônibus) a uns 150 metros", contou Silva, que trabalha há 11 anos como maquinista. "Eu tenho experiência, mas a gente nunca imagina encontrar um ônibus na frente."

Ao avistar o alerta do passageiro, Silva acionou o freio de emergência do trem e reduziu a velocidade da composição de 90 km/h para aproximadamente 10 km/h. "Se eu estivesse a 90 km/h, seria uma colisão violenta. Ia virar o ônibus". Silva acrescentou que os passageiros do trem nem perceberam a colisão, já que o choque foi fraco. Ele explicou que a chuva não teve interferência no acidente. "Esse trem tem freio ABS. O freio de emergência é bom", explicou.

Questionado se a CPTM não conta com um sistema de alerta para avisar o maquinista sobre eventuais problemas nos trilhos, Silva afirmou que não houve tempo hábil para avisos, já que o intervalo entre os trens é de aproximadamente seis minutos, ou seja, o ônibus havia caído na linha há poucos minutos. Ele disse que, no momento da colisão, os bombeiros já estavam chegando para atender o acidente com o ônibus.

O ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) caiu na quinta-feira de um viaduto sobre a linha férrea, por volta das 9h30. O acidente ocorreu após o veículo bater na mureta do viaduto. Mais de dez pessoas ficaram feridas e seis ainda estão internadas, entre elas a motorista do ônibus Lilian de Souza Freitas.Greve

Ao lado do governador Alckmin, Silva foi questionado hoje por jornalistas se participou da greve dos ferroviários na semana passada na região metropolitana de São Paulo. Mas se saiu bem da saia-justa. "Eu estava de folga", despistou. Apesar disso, ele confirmou que apoia a campanha da categoria pelo reajuste salarial. "Eles dizem que a CPTM vai ter a qualidade do Metrô, então nós também queremos equiparação de salários (com os metroviários)", disse Silva.

Alckmin ouviu a reivindicação do funcionário, mas não fez comentários. Alguns momentos antes, o governador havia parabenizado o maquinista. "Ele é muito experiente, muito capacitado, e evitou uma tragédia", disse.

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