Cerca de 1.500 pessoas participam neste domingo (31), da Marcha da Maconha em Curitiba. O número foi confirmado pela Polícia Militar do Paraná. De acordo com a organização da marcha, porém, o número é de 2 mil a 3 mil pessoas. Os participantes do evento, organizado anualmente, saíram da Boca Maldita, no centro da cidade, por volta das 16h30 e percorreram ruas e praças até chegarem ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, por volta das 17h50. Eles pedem a legalização do uso da substância porque acreditam que a guerra contra o tráfico mata mais do que o uso das drogas. Em evento no Facebook, cerca de seis mil pessoas haviam confirmado presença até as 14h30.
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Os cartazes dos manifestantes pedem a legalização da droga para uso recreativo, assim como para uso medicinal. “A guerra às drogas faz bem para quem?”, questiona um dos cartazes exibidos por manifestantes. De acordo com a PM, nenhum incidente foi registrado durante a manifestação.
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Segundo um dos organizadores do evento, Pedro da Nobrega Bearzoti, a intenção é pedir não só a legalização do uso recreativo da droga, mas alertar a população e os governantes sobre os malefícios para a segurança pública na política proibicionista do uso da maconha, além da necessidade de liberar a substância para fins medicinais, religiosos e industriais.
Mesmo que o mote da manifestação seja a legalização da maconha, os manifestantes e organizadores pretendem chamar atenção para a necessidade de legalizar as demais drogas consideradas atualmente como ilícitas. Bearzoti fala, com base em dados fornecidos por especialistas no assunto que a “guerra contra as drogas [contra o tráfico] mata 800 vezes mais do que o abuso no consumo. Acreditamos que essa guerra é uma falha na segurança pública e não inibe o uso”, diz.
Bearzoti diz que, a exemplo do Uruguai, o Brasil deveria fazer a legalização da maconha como experiência para futuramente prosseguir na descriminalização do uso de outras drogas. “A proibição do uso se baseia em argumentos morais e não diminui a demanda. É uma mitologia difícil de combater”, opina.
Um grupo de mães participa da Marcha da Maconha neste domingo (31) pedindo a legalização do cultivo da maconha. O objetivo, segundo os participantes, é que não se precise importar a droga para a realização de tratamentos médicos.
O Canabidiol é usado como medicamento para a epilepsia de difícil controle e em alguns casos de alzheimer infantil. A Anvisa atualmente só permite a importação para o tratamento da epilepsia de difícil controle.
O custo da importação por criança varia entre R$ 2 mil e R$ 10 mil, segundo Priscila Bumas, estudante de engenharia agrônoma e mãe de um menino de seis anos que tem epilepsia de difícil controle. A pedagoga Daiane Kock, 28, mãe de um menino de seis anos com epilepsia, considera “excludente” a importação, por ser de difícil acesso e custo muito elevado. “Não é todo mundo que precisa que tem acesso”, reclama.
A dona de casa Cássia Vilen, 50, outra mãe que participou da manifestação, tem uma filha de 26 que é portadora da doença Niemann Pick-c, conhecida popularmente como alzheimer infantil, uma doença degenerativa. Ela reclama das restrições ao uso na importação do canabidiol apenas para quem tem menos de 18 anos e é portador da epilepsia de difícil controle. “Nós queremos que o cultivo seja feito aqui para não ficarmos reféns de laboratórios de fora”, explica.
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