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Os dez homicídios ocorridos em Maringá, no Noroeste do estado, nos primeiros 40 dias de 2006 já correspondem a 24% do total registrado em todo o ano de 2005. No ano passado, a cidade registrou 37 homicídios, em um ritmo de um assassinato a cada 4,4 dias. A estatística deste ano também mostra o dobro de ocorrências de janeiro e fevereiro do ano passado. O aumento da violência preocupa as autoridades. "Já prevíamos isto no ano passado", lembra o presidente do Conselho Municipal de Segurança (Conseg), Everaldo Moreno. "A curva continua crescente. Precisamos ter uma ação mais eficaz do governo estadual ou vamos chegar a um número elevadíssimo", alerta.

Nos bairros onde os crimes são cometidos, o clima é de insegurança. Na Vila Esperança, os moradores tiveram uma semana tensa. Dois rapazes de 19 anos foram mortos a tiros na madrugada de quarta-feira. Um deles tinha uma longa ficha policial e havia saído da cadeia no mês passado. Os vizinhos acompanharam a movimentação da polícia, mas evitaram comentar o crime. O presidente da associação dos moradores, Antônio Grimaldi, 77 anos, diz que é a vizinhança é "de bem", mas o bairro tem pontos de encontro de marginais, as conhecidas bocas-de-fumo."A polícia passa pouco por aqui", lamenta o morador.

De acordo com dados levantados pelo Conseg, cerca de 540 policiais trabalham nos 23 municípios do 4.º Batalhão da Polícia Militar. Só em Maringá seriam 340 soldados, com 50 policiais por turno nas ruas de uma cidade de 315 mil habitantes. O efetivo não é confirmado pela Polícia Militar.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informa que sete das dez mortes registradas já foram solucionadas e os autores presos ou apreendidos. A Sesp discorda de que não há investimento na cidade e que afirma que desde 2003 já enviou 22 viaturas para a Polícia Civil e 16 motos e 23 carros para a PM. Ainda de acordo com a assessoria, foram investidos quase R$ 90 mil em reformas das delegacias, além da implantação do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), a Delegacia de Estelionato e a Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito. Até o final do mês, a Polícia Civil receberá 64 pistolas calibre "ponto 40". Maringá deve receber ainda 100 policiais dos mil que serão contratados em março para trabalhar em todo o estado.

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