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Mãe da menina Beatriz se diz incrédula sobre investigação

A mãe da menina Beatriz Silva Pacheco Gonçalves, Érica da Silva, afirma que está cada vez mais incrédula em relação à solução do caso. "Não é que desisti, mas chegou um ponto que entreguei para Deus. É a única maneira que tenho de não perder as esperanças."

Érica diz acreditar que existem pessoas que viram o homem que abordou Beatriz, mas que provavelmente têm medo de falar o que sabem à polícia. Ela defende que não existem crimes perfeitos e que, por isso, alguém pode estar omitindo informações. "Peço a Deus que essa pessoa se conscientize e nos ajude a achar quem fez isso com a minha filha. A pessoa tem de lembrar que se esse homem fez com a Beatriz, pode fazer com qualquer outra criança."

Para a mãe da garota, o autor do crime deve ser um conhecido de Beatriz, já que todos os desconhecidos suspeitos foram investigados. "Não tenho uma pessoa específica de quem suspeito. Mas para a Beatriz ir com alguém, só pode ser alguém que ela conhecia. Mas quem? Não sei", diz, desolada.

A morte da menina Beatriz Silva Pacheco Gonçalves, 11 anos, permanece sem solução em Sarandi, no Noroeste do Paraná. Nos últimos 15 meses, desde que o corpo dela foi encontrado em uma estrada rural com sinais de violência sexual, 150 pessoas foram investigadas, 62 exames de DNA foram realizados, um suspeito foi preso e liberado poucos dias depois e dois delegados assumiram o comando das investigações policiais.

À frente do caso desde janeiro deste ano, o delegado Reginaldo Caetano da Silva afirma que as características do caso Beatriz são típicas de crimes de violência sexual contra crianças. "Normalmente, o criminoso se aproxima e ganha a confiança da criança, para, depois, cometer o crime." A última vez que foi vista, Beatriz estava na Rua Rouxinol, no Conjunto Floresta, no final da tarde de 17 de junho de 2012. Ela brincava com outras duas crianças quando foi abordada por um homem, que aparentava ter 50 anos.

O corpo da menina Beatriz foi encontrado na manhã de 18 de junho de 2012, em uma estrada rural de Sarandi. Ela estava nua, a cerca de 1.000 metros de onde foi vista pela última vez. O corpo tinha marcas de estrangulamento e sangramento na região genital. Além disso, havia lesões superficiais no pescoço, seios e testa.

Além das características do crime, o delegado salienta que apenas as duas crianças que estavam com Beatriz quando ela foi abordada são fonte de informações sobre o autor do crime. "Como elas eram muito novas e ficaram bastante abaladas com a situação, algumas informações sobre o suspeito e a abordagem são desencontradas, o que dificulta as investigações."

Questionado se o longo período desde que o crime aconteceu dificulta a ação da polícia, Reginaldo Caetano da Silva diz que, por um lado, sim, já que, com o passar do tempo, aumentam as possibilidades de o criminoso se afastar de Sarandi. Por outro lado, as linhas de investigações se afunilam cada vez mais. "Quero acreditar que estamos cada vez mais perto de encontrarmos o autor do crime."

Exames de DNA

Em 15 meses, 62 exames de DNA foram realizados. Todos os resultados deram negativo, segundo o delegado. Atualmente a polícia aguarda o resultado de três exames. Em setembro de 2012, o então delegado responsável pelo caso, José Maurício Lima Filho, disse à Gazeta Maringá que o principal problema enfrentado pela investigação na época era a demora na realização das análises, por conta da limitação de instrumentos e de mão de obra do Instituto de Criminalística do Estado do Paraná. O resultado chegava a demorar quase dois meses para sair.

O atual delegado do caso afirma que, agora, os resultados dos exames saem em 30 dias. "Esse é um prazo normal para o trabalho do instituto."

Ações da polícia

Em agosto de 2012, o Instituto Médico Legal (IML) de Maringá realizou a exumação do cadáver de um homem suspeito de ter abusado e matado a menina Beatriz Silva Pacheco Gonçalves. Em setembro do mesmo ano, a Polícia Civil divulgou que o resultado foi negativo. "Chegamos ao suspeito através de denúncias anônimas e da própria família, que o reconheceu [através do retrato falado divulgado em julho de 2012]", explica o delegado José Maurício Lima Filho. O homem era do Rio Grande do Sul e foi assassinado semanas após a morte da menina.

Além disso, outro homem chegou a ficar alguns dias preso, mas foi solto pouco tempo depois. Ele, de 45 anos, era considerado o principal suspeito pela morte de Beatriz, por ter fisionomia semelhante à do retrato falado divulgado, além de ter histórico de violência sexual. "Mas o exame de DNA mostrou que o homem preso não era o autor do crime."

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