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4G exige o dobro da estrutura atual

A oito meses da obrigatoriedade da oferta de banda larga 4G nas cidades-sede da Copa do Mundo, as operadoras que venceram o leilão da Anatel para ofertar o serviço (Oi, TIM, Vivo e Claro) correm contra o tempo para cumprir o cronograma.

Estimativa do Sinditelebrasil prevê que a quarta geração de telefonia celular e banda larga vai demandar uma quantidade duas vezes maior de antenas no país para entregar aos usuários um serviço de qualidade. A promessa é de uma velocidade de acesso 40 vezes superior à velocidade das redes 3G, que vai de 256 kilobits por segundo (Kbps) a 1 Mbps, com boa qualidade de sinal.

O problema, segundo as empresas, é que a busca por áreas compatíveis e a obtenção de licenças são demoradas.

Para o consultor da Nextcomm, Bruno Henrique Cecatto, a Copa não deveria balizar a implantação da tecnologia no Brasil. "Boa parte dos turistas que receberemos durante o evento não poderão utilizá-la plenamente por causa das diferenças nas frequências", diz.

Vencedora do terceiro lote do leilão 4G da Anatel, a TIM arrematou a faixa com a menor capacidade de transmissão de dados (10MHz) – as duas faixas maiores (20MHz) foram arrematadas pelas operadoras Vivo e Claro – e já iniciou a preparação para a rede 4G.

A operadora acaba de finalizar um processo de modernização que, segundo a empresa, triplicou a capacidade da rede 3G e preparou o terreno para a quarta geração. Como parte do projeto, a empresa vai construir 107 quilômetros de rede de fibra ótica em Curitiba até 2014, ano em que encerra um ciclo de investimentos de R$ 397 milhões em sua rede de telefonia no Paraná.

Entre as torres de operadoras telefônicas instaladas em Maringá, 67% estão em situação irregular segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Das 113 antenas instaladas, 76 estão em situação irregular. De acordo com a Anatel, isso significa que não houve a licença renovada no prazo de um ano, conforme determina a legislação. Com isso, as empresas estão sujeitas a multa diária de R$ 250.

Enquanto as operadoras resolveram unir forças contra as 250 leis estaduais e municipais que tratam da instalação de antenas no país, a fragilidade da fiscalização municipal e as brechas na legislação beneficiam as empresas de telefonia móvel, embora ainda reclamem do rigor da lei.

Um dos pontos contrários debatidos pelas empresas se trata do artigo da lei que proíbe a colocação de antenas a menos de 50 metros de hospitais, escolas, creches, igrejas e centros de saúde. "Isso já está contemplado na lei federal 11.934, de 2009, que trata da radiação não ionizante das ERBs [Estações Rádio-Base]", explica o representante do SindiTelebrasil, Ricardo Dieckmann.

Outras cidades

Segundo dados da Anatel, Curitiba tem 786 antenas. Mas informações da Secretaria de Urbanismo indicam que apenas 170 estão devidamente licenciadas, e tramitam outros 170 processos pra licenciamento. "Temos 159 processos parados aguardando complementação dos documentos necessários. As operadoras costumam demorar bastante para sanar essas pendências", afirma o diretor do Departamento de Controle de Edificações da secretaria, Walter Silva.

Em Londrina, há 229 ERBs distribuídas em pouco mais de 100 torres, mas a Secretaria do Ambiente não tem levantamento de quantas têm licenciamento. Como a lei local é relativamente recente, de 2011, é possível que as antenas já instaladas na época não tenham passado pelos mesmos critérios exigidos hoje.

Em Ponta Grossa, há 105 antenas licenciadas pela Anatel. Mas o engenheiro do Departamento de Urbanismo da Secretaria Municipal de Planejamento e Obras, Orlando Sérgio Henneberg, afirma que a secretaria não sabe quais dessas têm alvará.

Em Foz do Iguaçu, há 113 antenas instaladas, e a prefeitura desconhece a existência torres sem licenciamento. "Não vou dizer que não existe até porque a multa [R$ 50 mil] é pesada", diz o chefe da Divisão de Fiscalização e Monitoramento da Secretaria de Meio Ambiente, Saldi Pauli. No site da Anatel há ao menos 13 antenas sem renovação de licença no município, mas a prefeitura diz que a maior parte dos pedidos já foi renovada.

A lei que rege o setor em Foz prevê, entre outras determinações, que as antenas sejam colocadas pelo menos a 50 metros de clínicas e 200 metros de escolas. Em bairros próximos a Itaipu Binacional, onde há emissão de radiação em razão da presença das linhas de transmissão de energia, a instalação das antenas sofre restrições. Por isso, na região, é comum a presença dos chamados pontos de sombra.

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