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A Justiça do Paraná concedeu liberdade provisória para Dioniclei Pelussi de Oliveira, acusado de ter matado o prefeito de Barbosa Ferraz (na região Centro-oeste do estado), Mário Cesar Lopes de Carvalho, em julho do ano passado. Com a decisão proferida pela juíza da Comarca de Barbosa Ferraz, Angela Pedotti Audi, o acusado deixou a cadeia de Campo Mourão na quarta-feira (10).

A juíza levou em consideração o pedido feito pela defesa do acusado. De acordo com um dos advogados do rapaz, Alfredo Leôncio Dias Neto, Oliveira é réu primário e não tem antecedentes criminais. "Chegou a ser comentado que o crime teria sido cometido com requintes de crueldade, fato esse que foi descaracterizado durante a perícia", afirmou para a reportagem do JM.

A defesa (que também contou com o advogado Israel Batista de Moura) ainda argumentou no pedido de liberdade provisória que Dioniclei colaborou com as investigações pelo fato de ter se apresentado a autoridade policial e dado sua versão do fato.

Com todos esses argumentos, a decisão judicial conclui que: "... o acusado faz jus ao benefício da liberdade provisória, principalmente em se considerando que a instrução processual já se encontra encerrada, não havendo, portanto, possibilidade de solto influir no depoimento de testemunhas".

Dioniclei ainda será interrogado

Segundo o advogado Dias Neto, Dioniclei de Oliveira será interrogado sobre o crime em Jandaia do Sul, sede da Comarca que abrange o município de São Pedro do Ivaí, onde reside o acusado. No despacho assinado pela juíza Ângela Audi, foi determinado que Dioniclei deverá comunicar qualquer mudança de endereço, além de comparecer em todas as audiências em que for intimado. Ele só poderá viajar com autorização da Justiça.

Promotoria critica decisão

O Ministério Público do Paraná já se mostrou contrário à decisão de revogar a prisão. Segundo o promotor de Justiça de Barbosa Ferraz, Fernando Augusto Barbugiani, o acusado estava detido para garantir a ordem pública e que a prisão preventiva, neste caso, não teria um prazo para terminar. "A ofensa à ordem pública não comporta avaliação de lapso temporal. Assim não há que se perquirir sobre prazos".

A Promotoria ainda alega que esse caso pode se tornar um mau exemplo. "Deve-se também lembrar que o crime envolve um fato complexo, que tomou os jornais do Brasil. Ora, o réu não pode beneficiar-se das complexas circunstâncias de seu próprio ilícito, caso contrário, estar se ia estimulando a consumação dos mais graves delitos".

Crime

O então prefeito de Barbosa Ferraz, Mário César Lopes de Carvalho foi assassinado por volta das 22h do dia 22 de julho do ano passado, minutos após deixar um clube da cidade e seguir pela rodovia PR-082 em direção ao município vizinho de Corumbataí do Sul. O corpo foi encontrado por motoristas no meio da rodovia que liga Barbosa Ferraz a Corumbataí do Sul e a cerca de 50 metros do veículo oficial do município, um Gol de quatro portas, que estava estacionado no acostamento da rodovia com a porta do motorista aberta.

O principal suspeito, Dioniclei Pelussi de Oliveira (então com 23 anos), foi preso dois dias depois. Na época, o delegado Reginaldo Caetano da Silva, de Engenheiro Beltrão, que participou das investigações, havia informado que Oliveira confessou que assassinou o prefeito por ciúmes da namorada, que é funcionária da Prefeitura de Barbosa Ferraz. "Ele nos disse que havia um boato na cidade em que mora, São Pedro do Ivaí, de que sua namorada estava tendo um relacionamento amoroso com o prefeito. Tomado pelo ciúme, foi atrás dele para tirar satisfações", explicou no ano passado.

O rapaz ainda teria contado à polícia que atraiu o prefeito para o local do crime fingindo ser sua namorada. "Como tinha a senha do MSN (programa da mensagens instantâneas pela internet) da garota, ele se passou por ela para "conversar" com o prefeito e marcar um encontro na noite do crime. Na conversa, ele também passou o número de seu celular como se fosse o dela para o prefeito ligar, caso fosse necessário", disse Caricati. Com a morte de Carvalho, a prefeitura de Barbosa Ferraz passou a ser administrada pelo então vice, Arquimedes Gasparotto (PMDB).

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