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A greve nacional dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que completa um mês nesta quinta-feira (22), atingiu apenas uma das oito unidades da regional de Maringá. Segundo o gerente Valmir Tomaz, apenas um médico cruzou os braços, na unidade de Umuarama.

O JM entrou em contato com o teleatendimento do INSS para agendar um exame de perícia na unidade de Umuarama. Segundo a atendente, a data mais próxima prevista é no fim de setembro. O tempo de espera, de dois meses, é o dobro do que era normalmente registrado, em todo o Paraná, antes da greve.

Entre as unidades do Paraná cujos médicos entraram em greve, alguns trabalhadores só estão conseguindo agendar exames para daqui a quatro meses. Nas 11 sedes de Curitiba, por exemplo, as consultas estão sendo marcadas para dezembro.

No interior, a situação é um pouco mais tranquila. Em Ponta Grossa, os cinco médicos da agência não aderiram ao movimento e em Cascavel, onde há 12 médicos, oito pararam. Assim como na regional de Maringá, a de Londrina tem apenas um médico em greve.

Em Maringá, Tomaz afirma que há cinco médicos peritos, que realizam, juntos, cem exames por dia. No entanto, nenhum deles aderiu ao movimento nacional. Até semana passada, ele diz que o trabalhador demorava até 32 dias para realizar o exame. "Nenhum dos cinco médicos pararam em momento algum e o atendimento continua normalmente na sede de Maringá", garante.

De acordo com a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), 95% dos 5,4 mil profissionais no Brasil aderiram à paralisação. Eles estão fazendo rodízio para atender os usuários, já que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que 50% do atendimento seja mantido.

Em todo o Brasil, os 5,4 mil peritos trabalham em 1.132 agências localizadas em 978 municípios. Por causa da greve, apenas 70% das 35 mil perícias realizadas por dia no país estão sendo feitas.

Reivindicações

A falta de segurança é a principal queixa dos peritos. Segundo dados do sindicato nacional, foram registradas 72 agressões físicas em 2009. Alguns casos chegaram ao extremo. Dois peritos foram mortos por usuários entre 2006 e 2007 em Minas Gerais. Em 2007, um perito foi ferido com sete facadas por um usuário em Santos (SP). Em março deste ano, um usuário descontente com o laudo do perito, que negou o auxílio-doença, pôs fogo na agência do INSS em Cascavel, no Oeste do Paraná. A unidade ficou uma semana fechada.

Outra reivindicação é a quantidade insuficiente de médicos trabalhando no INSS. No Paraná existem 173 médicos peritos em atividade. Segundo a categoria, seria necessário pelo menos o dobro para atender a toda a demanda.

Os médicos pedem, ainda, por melhoria nas salas de consulta e redução da carga horária de 40 para 30 horas semanais. Além disso, exigem o fim da nova determinação que permite ao segurado que teve um parecer de perícia negativo remarcar o exame quantas vezes quiser. Antes, esse segurado só poderia refazer a perícia depois de 30 dias.

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