• Carregando...
Veja algumas opiniões sobre o inchaço no número de jogos no futebol nacional |
Veja algumas opiniões sobre o inchaço no número de jogos no futebol nacional| Foto:
  • Confira quantas vezes os times paranaenses atuaram em 2010 em comparação com outros times do eixo

O calendário do futebol brasileiro consegue algo pouco comum no mundo da bola: consenso. No fim de mais uma temporada, não faltam reclamações e pedidos para uma discussão sobre o tema por parte de dirigentes, técnicos e jogadores.

No início de setembro, a Con­­fe­­deração Brasileira de Futebol (CBF) divulgou a programação para 2011. Nela, excesso de partidas e es­­cassez de datas. Se misturam no calendário Estaduais, Co­­pa do Bra­­sil (cuja tabela foi divulgada anteontem), Li­­ber­­tadores, Sul-Ame­­ri­­ca­­na e Bra­­sileiro, além da participação da seleção brasileira na Copa América da Argen­tina, em julho.

Pela configuração vigente, uma equipe que alcance em 2011 a decisão nas quatro competições da temporada (considerando a participação na Sul-Americana e não na Libertadores) entraria em campo mais de 80 vezes. Con­­tando ainda que os Estaduais iniciam-se em 16 de janeiro e a Sul-Americana termina em 7 de de­­zembro, seriam 326 datas disponíveis. Calculando, e arredondando, uma partida a cada quatro dias.

Neste ano, os atletas sofreram por causa da Copa do Mundo. O Bra­­sileiro parou durante o evento na África do Sul. Assim, as rodadas ti­­veram de ser condensadas. Du­­rante 49 dias foi uma maratonas de dois jogos por semana.

"É um grande absurdo, com muitos jogos e má distribuição. Este ano jogamos apenas seis partidas mais do que o Barcelona, mas mesmo assim você não via o Bar­­celona jogando durante três meses toda quarta e domingo. O calendário lá é mais racional", esbraveja Ronaldo, atacante do Corinthians, já veterano.

E a solução, pelo menos para o momento, aponta para um caminho apenas: "A única alternativa que eu vejo é mexer nos Estaduais", afirmou Muricy Ra­­malho, técnico campeão brasileiro pelo Flu­­mi­­nense, no Footecon – Fórum In­­ternacional de Futebol, realizado no início do mês no Rio de Janeiro.

Basicamente, a ideia é reduzir o número de datas das disputas lo­­cais e aumentar o período de pré-temporada. "Teríamos de se postergar o início dos campeonatos. São ne­­cessários pelo menos dois meses de pré-temporada para deixar o atleta bem preparado", afirma Antônio Carlos Go­­mes, fisiologista e consultor científico do Corinthians.

José Luiz Runco, médico da se­­leção brasileira, concorda: "No mí­­nimo, precisa-se de 45 dias de pré-temporada. Mas é preciso também a ajuda do atleta, que tem de cuidar do corpo, se alimentar de ma­­neira correta. Acho até que a concentração tinha de ser após o jogo, para que acompanhássemos o descanso, orientássemos a alimentação".

O problema é que as federações estaduais não aceitam a proposta. "Não há como diminuir mais o nosso campeonato. Já reduzimos para 12 clubes, chegamos ao limite. Se for feito assim, vamos matar o futebol no interior do Paraná. Já tive de ‘inventar’ uma data para 2011", diz Amilton Stival, vice-presidente da Federação Paranaen­­se de Futebol (FPF).

Colaborou Adriana Brum

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]